Vale do Loire - dia 02

No dia seguinte, voltamos ao Château de Blois para visitação interna. Deixamos o carro na rua, pagamento por parquímetro. Aproveitamos e fomos visitar a Igreja de Saint-Vincent que estava bem tranquila.




Daí seguimos para o castelo, pagamos o ingresso de visitação livre. Eles também possuem visitas guiadas em francês e audioguias em português. O castelo mistura estilos arquitetônicos de diferentes épocas e foi residência de uma porção de reis e rainhas.


Porta de entrada do castelo.





A torre da escada em espiral se destaca no panorama do pátio central. 
Existe um espetáculo de som e luzes apresentado no pátio interno do castelo.





Vista a partir do c
astelo.






Acima a Maison de la Magie, com a estátua do célebre mágico Houdin. Além da visitação existem apresentações de mágica. Não visitamos. É possível comprar ingresso combinado para o castelo e a Casa da Magia.

Decidimos comprar um sanduíche e comer no trajeto até Chambord, pois não sabíamos se encontraríamos perto do castelo algum lugar para comer. Porém, ao chegarmos ao Château de Chambord nos surpreendemos com a estrutura: cafés, restaurantes, pequeno comércio e tem até um hotel logo ao lado do castelo.

O Château de Chambord impressiona logo na chegada. Ele fica dentro de um parque murado, tem estacionamentos que são pagos (3 euros). Oferece visitas guiadas, audioguias e folder em português também. Ingresso a 9,50 euros.



Dentro do parque existem 3 roteiros de trilhas com distâncias diferentes para serem feitos a pé ou de bicicleta. Também há indicação de possibilidade de serem feitos com carrinhos de bebê e cadeira de rodas. Existe uma trilha para se fazer de carro 4x4 e em certas épocas do ano passeios a cavalo. Existem observatórios de pássaros, muitos gramados, aluguel de barco a remo ou elétrico, bicicletas (cadeirinhas de bebês) e carrinhos-bicicleta.

Compramos bilhetes e logo iniciamos a visita livre pelo castelo. Um filme de 20 minutos explica a interessante arquitetura do castelo e sua história (falado em francês, com legendas em francês, inglês, alemão, espanhol).

Andar pelo castelo consiste em visitar cômodos mobiliados, brincar na engenhosa escada dupla em espiral inspirada em projetos de Da Vinci e chegar aos terraços entre as torres. Assistir o filminho ajudou a gente a se localizar no labirinto de quartos e nos andares.


Existe uma exposição de carruagens que estão perfeitamente restauradas.

Por causa de uma chuva que fez o dia ensolarado escurecer, aceleramos o passo e desistimos do passeio de barco.

(Atualização: alguns anos depois, em nossa viagem de bicicleta pelo vale do Loire, passamos pelo Château de Chambord e fizemos uma pausa para descanso e apreciação desta maravilha arquitetônica! Relato completo AQUI)

Estávamos a fim de visitar outros castelos nas redondezas, mas tínhamos que devolver o carro ainda nesta noite. Pensamos em voltar até Chaumont-sur-Loire, Chenonceau, que pelas fotos parece lindo, e Cheverny  ficaram para outra ocasião, porque sempre temos a esperança de voltar!!

Vale à pena dar uma pesquisada antes de definir o roteiro. Definir uma ou duas cidades sede e visitar os arredores é uma boa estratégia. No trecho entre Amboise e Chambord existem cerca de 10 castelos, cada um com suas peculiaridades: arquitetura, atrativos como espetáculos, exposições, museus, jardins, atividades. Alguns castelos estão no coração da cidade, outros mais retirados. Cada um uma surpresa.

Pra quem vai com um bebezão, como nós, para as visitas internas a melhor alternativa é o sling, ou canguru. Normalmente a gente se depara com alguma escada, muitas vezes estreita. Jardins e pátios calçados dão ótimas oportunidades pros bebês que já caminham se exercitarem e descobrirem o mundo. Em todos os castelos, existem tarifas reduzidas para crianças e bebês não pagam. Alguns castelos oferecem audioguias especiais para crianças, outros visitas guiadas interativas, alguns caderninhos de atividades. Tirando as visitas internas, não tivemos dificuldades de andar com o carrinho em nenhuma dos quatro lugares visitados.

Pra aproveitar ainda a viagem de volta a Paris, resolvemos entrar em Orleans, que fica bem no caminho. Programamos o GPS pra pegar estradas não pedagiadas e fomos levados por paisagens e estradas tranquilas. Em Orleans, nos dirigimos ao centro. Visitamos a Place du Martroi, onde está a estátua de Joana d'Arc.

Dali fomos até a Catedral Sainte Croix e quando estávamos chegando na frente, fecharam as portas. Mas tudo bem, da próxima vez a gente entra. Demos a volta observando os detalhes da arquitetura e as gárgulas aterradoras.

(Atualização: Orleans foi a cidade onde iniciamos nossa viagem de bicicleta pelo Vale do Loire, em 2017. Antes de pegarmos as bikes e iniciarmos nossa aventura, fizemos a visita interna na Catedral. Relato sobre o início da aventura AQUI)






Pegamos o carro e seguimos a Paris pela autoroute. Pagamos 12 euros de pedágio e devolvemos o carro por volta de 22h - a AVIS da Gare de Lion fecha à meia-noite...

Vale do Loire - dia 01

Sempre ouvimos falar dos castelos do Vale do Loire (Val de Loire, em francês), normalmente em referências a viagens de um dia ou um final de semana saindo de Paris. Resolvemos então programar uma viagem de ir em um dia e voltar no dia seguinte. Porém nos preparativos, e mais ainda na realização da viagem, descobrimos que o Vale do Loire merece muito mais. Em nossa opinião, merece uma viagem de 7 a 10 dias para ser aproveitado em sua maior expressão. E olha que dá pra passar mais tempo ainda... depende de cada um.

O Vale do rio Loire é o maior sítio da França inscrito pela UNESCO: 280 km de comprimento entre a cidade de Sully-sur-Loire e a cidade de Chalonnes-sur-Loire. Possui inúmeros castelos abertos a visitação, cidades históricas, monumentos, igrejas e opções de interação com a natureza: trilhas para caminhadas, roteiros para turismo de bicicleta, passeios de barco, campings e estacionamentos estruturados para traillers. Nos arrependemos de não programar uma viagem mais longa de carro. Achamos que este trajeto equivale aos roteiros de carro pela Provence, na França; pela Andaluzia, Espanha ou pela Toscana, na Itália. Mas, voilá, ficará pra próxima.

(Atualização: em 2017 fizemos uma viagem de bicicleta pelo Vale do Loire!!! Foi lindo ver de outro ponto de vista! Relato completo no marcador Loire à vélo).

Saímos de Paris de carro, pouco antes do meio-dia. Em 2h15 estávamos em Amboise, nosso destino mais afastado de Paris. Fomos pela autoroute, estradas pedagiadas excelentes, como em toda França (pagamento único de 18,70 euros em pedágio). De trem rápido (TGV) a viagem leva cerca de 1h. De carro teríamos mais flexibilidade de horários e decisão sobre nosso trajeto. Como estávamos em 4 adultos e 1 bebê, resolvemos alugar um carro de porte médio, foi um Clio à diesel, um modelo que não existe no Brasil. Com pouco mais de 8.000 km rodados, estávamos prontos pra ganhar as estradas com nosso sempre fiel GPS. Pagamos cerca de 300 euros pelo aluguel do carro (2 diárias + cadeirinha de bebê + 2 dias de GPS). Carros pequenos são mais baratos, mas considerando a lotação do carro, achamos melhor um carro maior. De combustível gastamos cerca de 47 euros.


Na estrada, vista dos campos tingidos de amarelo e os cataventos gigantes geradores de força eólica.

Em Amboise, deixamos o carro no parking do Château - gratuito. Seguimos a pé pela pequena cidade, muito simpática. Entramos no Château de Amboise e pudemos visitar os jardins, a capela onde está o túmulo de Leonardo da Vinci e o castelo. Pegamos um folder em português (existe em várias línguas). Eles oferecem visitas guiadas em francês e audioguias em várias línguas, inclusive português. É possível visitar tudo com carrinho de bebê, embora dentro do castelo existam duas escadinhas estreitas. O melhor é estar munido de sling, nossa opção pra visita interna. Como não estava muito movimentado o local e os jardins são bem amplos, nosso filho pode correr bastante por lá.
Torre do Relógio no centrinho de Amboise. Souvenirs, boulangeries, cafés e restaurantes.

Vista da capela onde está a tumba de Da Vinci e das muralhas. Lá embaixo um pequneo carrossel no centrinho.


Vista do castelo a partir do jardim. Vista dos telhados da cidade e o rio Loire.


Interior do castelo.

Vista da cidade de Amboise.



Vista do castelo desde a margem do rio Loire.


Não conseguimos visitar o Château du Clos Lucé onde Leonardo da Vinci viveu seus últimos anos e onde há um jardim, parque e exposições. Deixamos Amboise com a sensação de que seria muito legal ficar hospedado ali. A cidade é pequena, muito bonita, passou um ar de tranquilidade muito bacana, com algumas opções de hospedagem e alimentação.


(Atualização: matamos nossa vontade alguns anos depois, em nossa viagem de bicicleta pelo Vale do Loire, quando fizemos uma parada estratégica e inesquecível no último pouso de Leonardo da Vinci! Relato completo AQUI.)

Resolvemos seguir pro hotel que havíamos reservado em Blois. No caminho fomos surpreendidos por um balão (chamados de "montgolfières") que sobrevoava a região. Daí lembramos que um dos atrativos do Loire são os passeios de balonismo que sobrevoam os castelos da região. Em Blois descobrimos um guia com o contato de uma dezena de empresas que prestam este tipo de serviço. Ficamos loucos de vontade de ir, mas é preciso fazer reserva antes. Claro que a realização depende das condições meteorológicas do dia. O programa, pelo que entendemos, corresponde a você acompanhar a preparação (inflar do balão) e o vôo. Alguns oferecem uma taça de champanhe à bordo... hummm. Os preços variam. Vimos valores a partir de 165 euros por cabeça. Alguns fazem preço diferenciados pra pequenos grupos.


Balão sobrevoando o vale - aí na foto o rio Loire, que margeamos de carro por quilômetros.

Outra surpresa que não esperávamos era ver de repente na estrada o Château de Chaumont-sur-Loire. Em nossas pesquisas vimos alguns castelos mais populares, mas in loco entendemos porque essa região é famosa pelos seus castelos! Ficamos extasiados e com muita vontade de explorar mais, mas decidimos que era melhor seguir para Blois. Ficamos de voltar no dia seguinte, mas isso corresponderia a um trecho de ida e volta de 40 km, o que nos fez desistir. Uma pena... Esse vai ficar pra próxima.

(Atualização: em nossa viagem de bicicleta, em 2017, visitamos os jardins deste Château, foi lindo! Relato completo AQUI)


Vista do Châteua de Chaumont-sur-Loire e as casas da cidade na margem do rio Loire.


Chegamos a Blois já no final da tarde, o que nesta época de maio corresponde a 20h... 21h... Vendo o mundo ser tingido de tons dourados e laranjas, resolvemos dar um "oi" pro castelo antes de ir pro hotel. Boa pedida!




Frente do Château Royal de Blois - como já estava fechado, pudemos tirar uma foto sem turistas...




Jardins em frente ao castelo. Vista de uma parte da Maison de la Magie Houdin e da Catedral Saint-Louis.




Vista lateral do castelo.


Silhueta da Igreja Saint-Vicent, ao lado do castelo.


Ficamos no Tour Hotel , simples mas honesto. Ele fica há 4km do centro de Blois, mas tem local pra estacionar o carro, o que neste contexto é uma regalia! Quarto duplo a 65 euros, paga extra pelo berço (10 euros) e 7 euros o café da manhã. Fizemos o check-in e decidimos voltar ao centro pra jantar. Fomos pra Place Louis XII, que fica no pé do castelo, um lugarzinho simpático com cafés e restaurantes e atrativas mesas e poltronas no centro da place - perfeito para uma noite quente de primavera. Os preços das refeições, comidas e bebidas e hotéis equivalem a Paris. Apesar de distante do centro, íamos dormir apenas uma noite e não achamos ruim a localização. No centro de Blois existem várias opções de hotel, mas dificilmente tem estacionamento incluído.

FRANÇA - Dia 12: La Barben

Domingo de sol, preparamos nossa mochila e seguimos para o Château de La Barben. Meia hora por estradas secundárias e nos supreendemos com a quantidade de pessoas e carros que já estavam por lá. Na realidade, a maioria estava no Jardim Zoológico e como nosso objetivo principal era o castelo, seguimos até o estacionamento mais adiante. Lá conseguimos achar vaga facilmente para o carro e fazer nosso piquenique entre árvores ao som do riacho ao lado. Muita gente fazendo piquenique por ali também. Depois guardamos tudo e seguimos ao castelo.



A visita é guiada em francês. A guia percebeu que não éramos franceses e disse que se tivéssemos qualquer dificuldade em compreender que ficássemos à vontade para perguntar ou pedir que ela falasse mais lentamente. O castelo é a residência de uma família e lá eles tem Chambres d’hôte. Fica a dica pra quem quiser morar num castelo por uns dias. A visita percorre vários cômodos mobiliados e conta a história do castelo e de peças que existem lá, falando também dos costumes das diferentes épocas, desde hábitos de banho a utensílios domésticos, peças de tapeçarias a quadros e enciclopédias iluministas. Não é permitido fotografar no interior do castelo. O melhor com bebês é ir de sling, pois alguns cômodos são muito apertados para manobrar carrinhos, considerando a mobília e os demais visitantes.






Depois do castelo pensamos em ir visitar o zoo, mas com o ingresso a 14,50 euros por adulto, considerando nosso ritmo, resolvemos nos largar num gramado e curtir o local.
Na volta, ainda claro, resolvemos dirigir até Rognes, cidadezinha ali perto. Fomos sem pretensões além do prazer de dirigir num dia bonito por estradas da Provence.

Voltamos pra Aix, felizes e cansados, pra fechar as malas e organizar este blog.
No dia seguinte, deixamos o hotel de mala e cuia, devolvemos o carro, e pegamos o trem de volta pra Paris.

Não conseguimos ver campos lilases de lavandas, mas encontramos campos amarelos, inspiradores para parar no meio do caminho e tirar algumas fotos.

FRANÇA - Dia 11: Carcassonne - Ventabren - Aqueduc - Aix-en-Provence

O sábado amanheceu molhado e cinza. Uma leve chuva caia, um contraste inacreditável com o sol do dia anterior. Tivemos muita sorte. Por causa do tempo e cansados, abortamos os projetos de visitar a feira de produtos regionais no centro da cidade nova, visitar a catedral e fazer o passeio de barco. Uma pena...

Programamos o GPS e 260 km depois chegaríamos ao destino. Pegamos a autoroute novamente e lá se foram mais cerca de 24 euros em pedágios. O caminho sem pagamento de pedágio levaria 3h30, ao invés das 2h30, então resolvemos pagar. Conforme seguimos viagem, o tempo foi mudando radicalmente. Quando nos aproximamos de nosso destino, o céu estava sem nenhuma nuvem e com um belo sol.

Como estava cedo e sabíamos que o chek-in era somente às 17h, resolvemos ir para a cidade de Ventabren comer alguma coisa. A cidade, embora abarrotada de carros, estava praticamente deserta. A cidade parece cinematográfica, com a igrejinha, as casas e seus terraços na subida no morro, portas, janelas e varandas super bacanas, ruas em curva e com escadas.




Andamos por lá e o único restaurante que encontramos tinha várias estrelas Michelin – o que significa ser mais caro. Mas já passava das 14h30 e disseram que estava fechando. Vimos um café aberto mas a moça disse que não tinham nada pra comer. Pedimos uma bebida gelada, ela aqueceu a comida de Joaquim e sentamos no meio daquele cenário lindo matando a fome ao menos de um de nós. Seguimos caminhando e subimos ao topo do morro onde tem umas ruínas. Lá, atrás do cemitério, encontramos um centro de lazer com muita gente, muito espaço, muitas quadras esportivas de todos tipos. Não vimos lugar nenhum pra comer, mas belos gramados pra piquenique.


Resolvemos chegar mas cedo no Chambre d’hôte, programamos o GPS e seguimos por estradinhas muito estreitas. Vimos placas na estrada e encontramos o local. Como nas fotos, é realmente lindo, com uma vista fantástica do vale, uma piscina enorme, um jardim diversificado. Encontramos a dona e ela disse ter enviado a resposta naquela manhã, dizendo que não poderiam nos receber, pois estavam replantando jardim, sem muita estrutura na casa... mas já que estávamos lá ela disse que poderíamos ficar. Ainda assim, decidimos ir pra Aix, procurar nosso conhecido Hotel L’Atrium. Este Chambre d'hôte, diferente de Carcassone, nos pareceu isolado demais, longe de tudo.

Pegamos a estrada e no caminho vimos que o GPS nos levou novamente para o Aqueduc de Roquefavour. Céu azul, resolvemos achar alguma estrada que nos levesse para o alto. Seguimos caminhos e vimos um carro que ia na mesma direção. Lá em cima, fomos de carro até onde dava e pegamos uma estradinha a pé, bebezão no sling e seguimos caminhando. Tinha cerca de 10 ou 12 pessoas por lá: idosos caminhantes, gente de bicicleta, casal com um menino - tudo que é tipo de gente curtindo a vista fantástica lá do alto, o aqueduto e a montanha Sainte-Victoire que se fazia presente.







Quem diria que uma manhã tão feia viraria um dia assim?




Saciados, nos instalamos novamente no hotel. Agora a preço de balcão (pagamos mais caro por termos ido sem reserva pela internet). Assim que largamos as malas, corremos pra um Quick, que fica na Avenida Mirabeau, que estava super animada. Sentamos numa mesa na calçada pensando que o melhor foi ter voltado pra civilização, pro movimento, pro espaço já dominado. Muitos dias circulando, as baterias já estavam ficando fracas... descansar é preciso.
Mas os planos de ir ao castelo de La Barben continuaram de pé.

FRANÇA - Dia 10: Carcassonne

Fomos já de manhã à cidade murada e logo na entrada principal encontramos um “Office de tourisme”. O mapa que nos deram era igual ao que já tínhamos mas pedimos umas dicas e também informações sobre visita ao castelo e para andar na muralhas. O ingresso adulto custa 8,50 e dá direito a visitar o castelo, andar na muralha oeste e na muralha leste com guia (este lado somente pode ser visitado com guia). Existem visitas guiadas e também audioguia mediante um valor extra. Na visita guiada à muralha leste, achamos super bacana pois a guia deu uma contextualizada geral na história de Carcassonne e do castelo, ou seja, 2.500 anos de história revista.




Vista dos Pirineus

Dentro da cidade velha é possível andar de carrinho, embora algumas ruas sejam meio trepidantes, mas dentro do castelo e nas muralhas nada de carrinho – não é permitido e com razão, muitas escadas. Logo no início da visita dentro do castelo tem uma sala escura que exibe em um grande telão um documentário sobre a cidade. Assistimos apenas a alguns minutos pois Joaquim começou a se agitar, mas nos pareceu excelente: imagens legais, estruturação da narrativa de forma dinâmica. O filme é falado em francês e exibe simultaneamente legendas em francês, inglês e espanhol.



Visitamos o castelo e saímos pra almoçar num dos inúmeros restaurantes ali perto, o Adelaïde. Dali descemos pro fosso que é gramado pra dar uma descansada e brincamos com Joaquim de bolhas de sabão, que havíamos comprado um pouquinho antes numa loja de souvenirs. Fomos visitar a Basílica Saint-Nazaire, que possui vários vitrais, um mais bonito que o outro. Tivemos a grata satisfação de assistir ali um excelente quinteto de vozes masculinas cantando à capela músicas religiosas que ecoavam entre as colunas. Fantástico! Após, eles ofereceram o CD que estava à venda. Talvez devêssemos ter comprado.



Visitamos mais algumas lojinhas, de nougat a chocolate artesanal, de caixinhas de música e espadas de madeira a tapeçarias impecáveis. Fomos ao castelo e percorremos o lado oeste das muralhas, tendo uma vista legal dos oníricos jardins das residências (moram ainda 128 pessoas dentro da cidade murada, além dos hotéis), das muralhas externas e da cidade nova. Descemos na entrada da cidade e voltamos pelas ruas até o castelo pra então fazer a visita guiada pelas muralhas leste, que dá outra vista do próprio castelo, da cidade nova e do teatro – única forma de visitá-lo.

Paramos depois pra bebericar algo na pracinha central, place Marcou, e então decidimos seguir a pé até a cidade nova, chamada de Bastide Saint-Louis. Da Ponte Velha, reservada apenas para pedestres, tem-se uma vista muito legal da cidade velha. Existe um parque sob a ponte, na ilha, que parece muito bonito. Ficamos de voltar lá no dia seguinte. Caminhamos até o centro e acreditamos que a cidade nova tenha realmente muito a oferecer ao turista também. Vale lembrar que esta parte também data da Idade Média. Fomos até o Canal Du Midi, em frente à estação de trem de onde partem barcos para passeios. Eles oferecem diferentes tipos de passeio, resolvemos fazer o que dura 1h30 no sábado pela manhã. Ali também é possível fazer uma bela caminhada à margem do canal, lembrando o Canal Saint-Martin, de Paris.



Íamos até a Catedral Saint-Michel, mas resolvemos voltar pra ver o pôr-de-sol colorindo as muralhas. Da Ponte Nova é possível tirar fotos belíssimas. Terminamos o dia esperando o sábado para, com novo pique, continuar desbravando Carcassonne.

A noite fiz a reserva de um Chambre d`hôte perto da cidade de Ventabren, o mas perto possível que consegui encontrar pela internet. Mesmo sem ter a reserva confirmada, decidimos seguir para lá e ver no que daria.

FRANÇA - Dai 09: Montpellier e Carcassonne

Deixamos as malas já prontas na noite anteior e pegamos a estrada o mais cedo que conseguimos. Programamos o GPS até Montpellier, que fica exatamente no meio do caminho a Carcassonne. Pegamos a autoroute, pois teríamos que fazer 150 km mais 150 km – era preciso ganhar tempo. Ao todo, gastamos quase 24 euros em pedágio neste dia. Mas valeu chegar mais rápido.
Montpellier nos surpreendeu por seu tamanho e ritmo. Ela tem um centro antigo como todas as demais cidades, mas parece ferver. Achamos mais confuso dirigir por ali, embora para nós tenha sido apenas entrar e sair da cidade. Demos sorte e acabamos caindo dentro de uma dos estacionamentos subterrâneos da cidade, onde pagamos 12 euros para cerca de 5 horas. Mas não tem outro jeito. O legal é que o estacionamento que ficamos era bem no coração do centro, na Praça da Comédia. Lá tem vagas especiais para famílias com bebês!! Tem banheiros, trocador e elevador.
Logo na saída já avistamos o centro de informações. Pegamos um mapa e nos deram indicações do que fazer em algumas horas na cidade, também dando a noção de que o centro antigo é percorrível de ponta a ponta em 15 a 20 minutos a pé.

Já de sacolona pronta, nos dirigimos até o Jardin des Plantes em busca de um local pra piqueniques. Esfomeados, nem tiramos fotos até chegarmos lá e comer... Seguimos pela rua principal, a rue de la Roge, passamos pela prefeitura, seguimos por ruelas e quando entramos no Jardin vimos uma placa que dizia ser proibido fazer piqueniques. Mas àquelas alturas, com tamanha fome, não tinha jeito. Procuramos um local mais ou menos afastado, sentamos nuns tronquinhos, pois na grama dizia que não era pra subir, e fomos comendo sem grandes acampamentos. Depois vimos mais gente fazendo o mesmo por lá, alguns aliás esparramados pelos gramados. O lugar é muito bonito, criado em 1593!! Ficamos ali um tempinho, deixando Joaquim explorar a região.

Dali seguimos pra visita a Faculdade de Medicina que fica junto a Catedral Saint-Pierre. Predião impressionante.


Seguimos então a Place Royale du Peurou, onde se encontram dois cartões postais da cidade: o Chatêau d’Eau e Aqueduc.Dia lindo, aproveitamos pra tirar fotos, passamos pelo Arco do Triunfo e seguimos pela chiquetosa rua Foch – que nos lembrou um pouco a Champs Elysées de Paris com suas lojas de grife. Voltamos ao estacionamento pra deixar nosso excesso de carga pós-piquenique e seguir para o bairro Antigone. Andamos, andamos, andamos e pensamos que não valia muito à pena gastar tão pouco tempo na cidade naquele lugar. Fomos até o rio Lez e sentamos pra um café.
Montpellier nos lembrava por vezes de Paris, por vezes da Provence, pela mistura de arquiteturas e ritmos da cidade. A noite lá deve ser bacana, mas não ficamos pra saber.
Voltamos ao carro e seguimos por mais 150 km até Carcassonne. Quando chegamos lá, nos instalamos no nosso Chambre d’hôte que fica a 300 m da cidade murada de Carcassonne. Nem descarregamos direito a bagagem, deixamos ainda dentro do carro que ficou estacionado no pátio fechado da casa e nos apressamos a subir pra ver a cidade com um resto de luz. Subimos por trás, por uma trilha na grama barranco acima e pudemos ver o sol se pondo e tirar algumas fotos do lado de fora das muralhas. Achamos uma porta de entrada e começamos, extasiados, a percorrer as ruelas da cidade medieval. Jantamos por ali e acabamos indo dormir tarde, ansiosos esperando o dia amanhecer.