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Viagens inspiradas

Outro dia filhote tinha uma tarefa da escola sobre Diários de Viagem. Pense numa mãe e num pai empolgados com a tarefa!! Lá fomos nós remexer na caixa de memórias!! Literalmente, pois temos uma caixa-baú com mapas, tickets de viagem e diários, muitos diários com registros de nossas aventuras. 

Diários de viagens

Foi uma delícia viajar no tempo e, entre tantas memórias, lembrar de uma "categoria" de viagem que meio que inventamos pra nós - as Viagens Inspiradas... vou explicar.

Nosso primeiro mochilão internacional aconteceu no ano de 2001. Lembro até hoje das emoções: a compra das passagens online, que chegaram pelo correio!!! Aquele envelope estiloso com os bilhetes em papel cartão...; a definição do roteiro e compra das passagens de trem para percorrer a Europa em 28 dias; a dúvida entre fazer reservas nos Hostels com antecedência ou viver a vida loca... obrigada ao amigo Hialmar, por nos aconselhar a fazer pelo menos parte das reservas!...

Mas de todas as lembranças dos preparativos para a viagem tem uma em especial que me aquece o coração. Naquela época a internet ainda não era tão presente em nossas vidas, nós até compramos as passagens e fizemos algumas reservas online mas, para dar uma ideia mais concreta: viajamos com máquina fotográfica analógica e 10 rolos de filme de 36 poses; levamos um Discman e um case com 20 CD´s para garantir música durante os trajetos; não tínhamos celular e pagamos pequenas fortunas para ligar para nossas famílias pelo menos uma vez no meio da viagem; carregamos um mapa mundi todo dobradinho onde marcamos nosso itinerário com canetão conforme ele ia acontecendo e, agora vem a memória de aquecer o coração: 

"Antes da partida, visitamos alguns sebos e compramos várias revistas de viagem com matérias sobre os destinos que estavam em nossos planos, para pesquisar e planejar o que ver e o que fazer em cada etapa da viagem"

Foi incrível!! Passamos algumas noites no chão da nossa sala, rodeados de edições já lidas e folheadas da Viagem&Turismo, Minha Viagem, entre outras, lendo sobre Paris, Veneza, Roma, Barcelona, etc... e nosso caderninho, onde anotávamos avidamente as dicas, segredos e informações sobre tudo e mais um pouco. Nossa viagem começou aí!! 

E foi quando nasceu nossa categoria de "Viagens Inspiradas". Folheando aquelas revistas, nos inspiramos muito em fotos de lugares que sequer imaginávamos que existissem! E outras de lugares clássicos que precisávamos ver com nossos próprios olhos e lentes.


A inspiração

Uma das primeiras fotos inspiradoras que eu me lembro foi de uma matéria sobre os pueblos blancos, na região da Andalucia, Espanha. Vimos uma capa de revista com a foto do carro da equipe de reportagem parado em uma estradinha de terra com o pueblo de Arcos de la Frontera ao fundo, no alto de um penhasco. Decidimos que queríamos "viver" aquela foto, aquele lugar. 

Entre a inspiração e o evento correram alguns anos, mas fizemos acontecer!! E essa é a nossa versão da foto que vimos na capa da revista:

Conhecer o lugar foi incrível! E procurar o ponto exato da foto foi muito divertido!!!


A experiência: Na virada de 2010 para 2011 fizemos uma viagem de carro percorrendo Portugal e Espanha. Incluímos essa passada pelo pueblos blancos, em busca da foto de capa de revista.


A inspiração

Ao pesquisar sobre a Andalucia vimos outra foto que fez nossos olhinhos brilharem! Uma ponte construída no século XVIII que divide a cidade de Ronda entre a parte antiga e "nova", e que ficava em nosso caminho para a cidade de Málaga! Claro que decidimos ir lá fazer nossa própria foto desse lugar incrível!!!

A incrível geografia de cidade de Ronda, Espanha.


A experiência: Passamos por Ronda no final do dia, vimos um pôr-do-sol inesquecível, caminhamos um pouco pela ponte, centrinho antigo e ficamos com muita vontade de ficar um pouco mais, mas já tínhamos reserva de hotel no próximo destino, então este foi um dos tantos lugarzinhos da vida que deixou aquele gostinho de "quero mais"!


A inspiração

Em uma dessas revistas compradas no sebo havia uma matéria sobre uma viagem de carro pela região da Toscana, na Itália. Era algo inimaginável para nós na época, recém-casados, ainda estudantes, nem carro tínhamos no Brasil!! Tudo bem que estávamos realizando o sonho de mochilar na Europa, mas daí para alugar um carro por lá ainda tinha um chão para percorrer... e percorremos! 
10 anos depois de ver aquela matéria na revista estávamos nós dirigindo e desbravando a Toscana.



O relato completo dessa aventura começa AQUI, é só ir clicando em "Postagem mais recente" ao final de cada post para seguir a linha do tempo ;)


A experiência: Percorrer a Toscana de carro é algo "apenas" mágico. É como dirigir em meio a pinturas e cenários de filmes. Nós começamos a viagem parando em cada curva onde víamos meia dúzia de girassóis, sem saber que a paisagem se encheria cada vez mais deles!!!



Um "mal" do qual sempre sofremos é o de querer fazer render todas as nossas viagens. Não é nem porque a gente acha que nunca mais vai voltar e precisa aproveitar. Acho que é justamente porque a gente sempre acha que vai voltar, então achamos melhor ter um panorama geral na primeira vez, rsssss... Essa nossa primeira viagem de carro pela Itália, acabou abrangendo as regiões da Ligúria, Toscana e Úmbria


A inspiração

A região da Úmbria entrou no roteiro por conta de uma foto que vimos, e nos apaixonamos, da Civitá de Bagnoregio. Uma cidadela medieval no topo de uma montanha cujo único acesso é uma passarela para pedestres. 



A experiência: Quando vimos a foto deste lugar nos pareceu surreal, impossível que isso existisse ainda em nossos dias.... precisamos ir até lá para conferir! Além desta foto que fizemos a partir do estacionamento, fizemos inúmeras outras a medida em que percorríamos a passarela empurrando o carrinho com o bebezão Joaquim ladeira acima!! E a falta de fôlego valeu a pena!

Explorando a Civitá di Bangnoregio


A vontade de dirigir por estradinhas charmosas e apaixonantes da Europa despontou em nós ao lermos  aquela matéria da revista do sebo sobre os caminhos da Toscana. Mas nossa primeira experiência de fato aconteceu na França, quase um ano antes dessa viagem incrível pela Itália e nove anos depois de ler a matéria inspiradora na revista. 


A inspiração

Dessa vez não foi a foto que veio primeiro. Morávamos já há quase três meses em Paris e ainda não tínhamos colocado o pé na estrada, algo que havíamos nos proposto fazer no período de um ano de moradia na França por conta dos estudos de Ismael. Até que um final de semana resolvemos aproveitar uma promoção de aluguel de carros e pegamos um carango. Com o carro garantido faltava definir o destino. Conversando com amigos do curso de francês, surgiram dicas como as praias da Normandia, Vale do Loire e Mont-Saint-Michel. Pesquisando na web, deu vontade de ir aos três destinos, mas as fotos de Saint-Michel nos hipnotizaram. Que loucura é esse lugar que muda incrivelmente de acordo com a maré!!


Conforme nos aproximávamos do monte, as fotos ficavam melhores e mais hipnotizantes!




A experiência: O relato dessa viagem memorável está AQUI. Foi realmente especial!! Desde a experiência inédita de carregar Joaquim no pano como uma mochilinha nas costas, percorrer as ruelas do vilarejo, até a vivência transcendental de assistir uma missa dentro da Abadia. Foi lindo demais!

Já na era das redes sociais, lá em 2012, mais um destino surgiu em nossa lista de desejos totalmente motivado por uma foto. Uma amiga nossa, que mora na França, curtiu uma foto postada por outro alguém, de uma cidade medieval agarrada a uma falésia... absurdamente lindo!!!


A inspiração


Lembro até hoje de Ismael me mostrando a foto, nossos dois queixos caídos... resolvemos pesquisar. Descobrimos a encantadora comuna de Rocamadour - roc amator, amante das rochas. Não demorou muito e pegamos o trem!

Claro que fizemos nossos próprios registros, precisávamos ver para crer!!

É lindo demais, de noite e de dia...

De perto e de longe...




Em nossas andanças de carro volta e meia víamos ciclistas percorrendo trajetos entre uma cidade e outra. Nessa viagem para Rocamadour, numa das tantas paradas no mirante para admirar a cidade "pendurada nas rochas" nos deparamos com um grupo de terceira idade fazendo turismo de bike. Talvez motivados pela ideia de que, se a terceira idade pode, nós, meros mortais sedentários talvez também possamos... Foi a primeira vez que pensamos: "opa! tá aí uma ideia!!!". 

Essa inspiração rendeu! E o relato da nossa aventura de bike pelo Vale do Loire, em 2017, está AQUI.
(é só ir clicando em "Postagem mais recente" ao final de cada post para seguir a linha do tempo ;)

Que a vida, as fotos, os artigos e relatos sigam nos inspirando sempre!!

Partiu Córsega!

Quanto mais o tempo passa, mais "decididos" estamos a não fazer loucuras do tipo emendar um destino no outro, passar dias infinitos perambulando por mil lugares diferentes, dormir uma noite em cada lugar do mundo, etc... só que não...
Quando nos damos conta, estamos fazendo exatamente isso. A essa altura, quase 20 anos desde o primeiro mochilão, meio que entendemos que este é nosso estilo de viajar. É o que nos faz feliz! E se é pra ser feliz, tá valendo!


ONDE MESMO FICA A CÓRSEGA?

Em julho e agosto de 2017 nós tivemos a oportunidade de passar 2 meses na França, num período de estudos em Paris. Antes de voltar ao Brasil, queríamos aproveitar para viajar um pouco mais. O que começou com a ideia de escolher um destino e fazer uma viagem tranquila acabou se tornando 3 viagens incríveis no período de pouco mais de duas semanas! A primeira etapa foi uma aventura de 5 dias pedalando às margens do rio Loire (relato AQUI), a segunda foi explorando a ilha da Córsega de carro durante 6 dias e, para fechar, mais 5 dias dirigindo pela Suiça e região da Alsácia na França.

Como chegamos a este roteiro? Primeiro, a viagem de bicicleta era um sonho antigo e de repente vimos que daria para aproveitar esta temporada para realizá-lo. Mas apenas alguns dias de bike é pouco, né? rssss... Queríamos fazer render, então começamos a pesquisar outros destinos. A Córsega, que até então nunca havia entrado em nossa lista de desejos e sobre a qual sabíamos apenas que era a terra de Napoleão Bonaparte, entrou na jogada quando encontramos vôos muito baratos para lá. Localizamos no mapa, pesquisamos fotos, lemos sobre o destino e pronto! Foi paixão a primeira vista! Porém, a volta da Córsega para Paris estava um absurdo de cara, então tivemos a ideia de combinar mais um destino a partir de onde fosse barato voltar a Paris e foi assim que Genebra, e a Suiça, entraram na jogada! Mas essa terceira etapa (e as supresas sobre o quanto o valor da passagem realmente valeu a pena) fica para outro post.


COMEÇANDO EM RITMO FRENÉTICO

Nossa viagem para a Córsega começou praticamente no dia em que finalizamos a viagem de bicicleta pelo Vale do Loire - 165 Km pedalados em 5 dias. Devolvemos as bikes de aluguel ao final de um dia e na manhã seguinte pegamos o trem de Tours a Paris. Lá seguimos para a casa de nossos amigos Lua e Hélio, onde previamente combinamos um pit stop para troca de bagagem. Acabamos optando por fazer esses trajetos de Uber (estação de trem - casa dos amigos - aeroporto), assim ganhamos tempo de conversa, de afeto, de respiro...

Chegamos na casa da Lua no início da tarde, aquele horário um pouco depois do almoço, quando parece que há uma calma silente no ar, o espírito da siesta propondo retomar o ritmo do dia... foi mágico. Lua, querida de tudo, nos esperou com uma comidinha delícia quando já estávamos conformados com um pacote de bolachas entre um trajeto e outro. Depois de uma ótima conversa e cafezinho, recuperamos o fôlego e partimos para a próxima aventura!


DIA 01 - CHEGANDO NA ILHA DA CÓRSEGA

Compramos vôos low cost para a Córsega (e de lá para Genebra e de Genebra para Paris) e foi tudo tranquilo, apesar da dificuldade em respeitar o tamanho e peso das bagagens permitidas, considerando que pegaríamos clima de praia, de montanha e de Suiça...
Chegamos em Ajaccio, capital da Córsega, à noite. Reservamos um carro no aeroporto e um hotel próximo, para começar a aventura no dia seguinte. Porém a aventura começou na hora de pegar o carro. Nosso reserva era de um carro básico mas na hora da retirada a locadora nos deu um upgrade! Foi literalmente uma aventura sair do estacionamento com um carro que rompia todos os (nossos) paradigmas básicos tipo: chave na ignição, freio de mão de alavanca, acionamento de luzes manual... que nada!! O carro era inteligente!!! Entre surpresa e empolgação, descobrindo os botões de acionamento, seguimos, e passamos seis dias nos surpreendendo com o bichinho!!! Eu queria colocar na mala e levar junto depois, rssss...

Quanto a hospedagem, pegamos um hotel entre o aeroporto e o centrinho de Ajaccio. Foi uma ótima opção para o que precisávamos, ou seja, um descanso de algumas horas antes de começar a aventura! Joaquim se divertiu com o design do quarto: a cama de casal e um beliche de solteiro em cima, perfeito para nós 3! Além do fato de o box com chuveiro ser direto no quarto e a pia logo ali em frente. Pensa numa coisa compacta e funcional! Depois de fazer o check in, mesmo cansados, nos animamos a dar uma volta e ver um pouquinho da cidade, comer alguma coisa, já que no dia seguinte partiríamos.




DIA 02 - BONIFACIO

Pesquisando sobre a Córsega, logo descobrimos Bonifacio como um destino imperdível. E é! Bonifacio fica no extremo sul da ilha, um vilarejo medieval construído sobre falésias. Porém ao montar o roteiro na Córsega, percebemos que seria uma boa ideia dar uma passada em Bonifacio para conhecer e pegar uma hospedagem mais adiante por dois motivos: queríamos explorar o máximo possível da ilha nos dias disponíveis e os preços de hospedagem em Bonifacio estavam entre os mais altos da ilha.

O caminho até Bonifacio foi surpreendente!! De tão lindo e de tanto que nos embrulhou o estômago! Era uma sucessão de curvas infinitas!!! Eram apenas 131 Km, mas nós levamos mais de três horas na estrada: paradas para apreciar a paisagem, paradas para respirar e passar o enjôo, paradas para fotografar... Neste sentido o GPS foi um companheirão, pois aquela sensação de "Ai meu Deus, quando é que isso vai acabar?!?!" já foi logo resolvida, só ia acabar quando chegássemos... E sabendo que o trajeto todo seria assim, tratamos de aproveitar ao máximo a vista, a paisagem e a experiência, apesar dos pesares.




E lá chegando sentimos que cada curva valeu a pena! O visual é incrível e a cidade convida a ser explorada por suas ruelas e praças. Nós penamos um pouquinho para encontrar um local para deixar o carro, o que pode ser um pouco desgastante quando já se vem de algumas horas de estrada, mas a dica é deixar em algum lugar fora do centro histórico e bater perna mesmo, pois essa é a melhor parte!






Sem planejar, nossa experiência se tornou um pouco mais "mágica" quando percebemos que havia uma procissão cruzando a cidade. Enquanto conhecíamos Bonifacio, aqui e acolá eventualmente éramos surpreendidos pelos fiéis em marcha.



A vontade era de ficar e curtir mais da cidade, mas o sol estava se pondo e ainda tínhamos um tanto de estrada para percorrer. Em nossos planos iniciais achamos que neste dia ainda daria para passar em Porto Vecchio, para caminhar e conhecer pelo menos um pouquinho. Mas juntando o adiantado da hora com o cansaço acumulado, achamos melhor tocar direto para nossa primeira hospedagem que já estava reservada em Sari-Solenzara. 


DIA 03 - SARI-SOLENZARA

Ao chegar em nossa hospedagem já era noite. Nós temos como princípio jamais chegar à noite nos destinos, porque é mais difícil de achar, porque estamos mais cansados, porque tá escuro, porque tudo parece mais difícil... E dessa vez não foi diferente... Pegamos um apartamento pelo AirBnb e nossa anfitriã nos encontrou num ponto marcado um pouco antes do endereço. Até aí tudo bem. Mas chegando no endereço, a primeira impressão não foi muito legal. O carro ficava num recuo na beira de uma estrada; o acesso até a casa era por um caminho escuro de pedras úmidas e escorregadias... Até que entramos no apartamento e lá dentro, ufa, era tudo conforme o esperado. Ok, pelo menos o apê era gostosinho... Mas no dia seguinte veio a surpresa boa!!! O lugar era incrível!!



Estávamos numa pequena "vila", ou condomínio, com algumas casas e uma área comum com piscina e playground, perfeito para curtir com Joaquim! Além disso, víamos o mar lá no horizonte! Nossa anfitriã explicou que dava para ir a pé bem tranquilo até a praia mais próxima, mas que essa não era a praia mais bonita da região. Ok, resolvemos conhecer para ver com o que estávamos lidando...



Rapidinho concluímos que se esta "não era a praia mais bonita", estávamos muito bem!! Chegamos caminhando numa praia de areia grossa que dava lugar a pedras conforme entrávamos no mar! Pedras pequenas e grandes, redondas, que não machucavam ao pisar. Entramos na água para explorar e descobrimos que alguns metros adiante voltava a ter areia no fundo... E é claro que entre pedras e areia e água do mar, muitos peixinhos nos fizeram companhia! Ficamos bem felizes por ter levado nosso óculos de natação e mergulho para poder observar essa vida intensa e colorida. Amamos a praia de Solenzara!

Sabíamos, pela nossa pesquisa prévia, essa região oferecia muitas opções de praias sensacionais. E nessa hora nos sentimos um pouco perdidos... pois é um tal de ler aqui e acolá que tal e tal opções são imperdíveis que a gente começa a se sentir um tanto pressionado... parece que seja qual for a nossa escolha, estaremos perdendo algo... Foi quando pensamos: "Pára tudo! Estamos em uma ilha no meio do Mediterrâneo. Um destino que nem sequer havíamos cogitado até aqui, então vamos tentar levar em conta o que a gente curte e tem vontade de fazer ao invés de nos guiarmos pelos roteiro 'IMPERDÍVEIS'...". E assim foi. Nós pegamos o carro e saímos explorando os arredores, paramos em algumas praias para espiar, sentir o clima, até que elegemos uma para curtir o "dolce far niente".

A escolhida foi a Plage de Canella, uma prainha super simpática e convidativa, com a água transparente e quase quentinha, o que constatamos ser uma característica das praias da Córsega. Fechamos o dia ali, curtindo o sol se pondo e a vida sendo bela!






DIA 04 - RIVA BELLA E SAINT FLORENT

Nós escolhemos (e o cronograma nos permitiu) conhecer a Córsega em uma semana. Apenas. Sempre é pouco tempo. Sempre descobrimos que precisava muito mais... principalmente quando o destino nos surpreende com sua geografia e inúmeras possibilidades. E foi o que aconteceu aqui: a ilha tem a versão praia, calor, mar incrível, clima de veraneio. Tem a versão naturista da praia de Riva Bella com toda a sensação de liberdade que este estilo de vida propõe. E tem a versão montanha, com friozinho, lareira e aconchego.
Sedentos por experimentar um pouco de tudo, partimos de Solenzara rumo ao extremo norte da ilha - Saint Florent - com parada em Riva Bella porque liberdade sempre faz bem!

Para quem curte o estilo de vida e filosofia naturista, Riva Bella é com certeza um destino incrível! Uma área imensa em meio a natureza preservada, com estrutura super bacana de hospedagem, restaurante, camping, spa e terapias naturais. São mais de 50 anos fazendo parte do movimento de naturismo na França. Se alguém quiser saber um pouco mais, aqui vai um link: Naturisme Riva Bella.

Nós fizemos uma parada para conhecer, caminhamos pela praia, curtimos um banho de mar delicioso e a vontade era de ficar alguns dias numa das cabanas super charmosas da praia, mas já tínhamos destino e hospedagem acertada para finalizar o dia. Assim seguimos para Saint Florent.

E lá chegando, cometemos um erro que, infelizmente já vivenciamos uma vez e pensamos ter aprendido a lição: "Jamais se aventure a entrar de carro numa cidade medieval!!". Quando nos demos conta, estávamos nas ruas estreitíssimas de Saint Florent, com o sufoco de tentar sair e muitos olhares tortos nos perguntando "o que vcs pensam que estão fazendo?!?". Foi uma chegada um tanto tumultuada, mas finalmente conseguimos sair do aperto (literalmente) e deixamos o carro num local apropriado para então conhecer a cidade do jeito que mais gostamos: a pé!


Esta foi uma das ruinhas estreitas por onde passamos de carro!

Depois de explorar a cidade e comer um sorvete delicioso, passamos num supermercado e seguimos para o hotel. Pegamos um quarto/apartamento com estrutura básica de cozinha e nossa janta e café da manhã foi por ali mesmo. Estávamos pertinho da piscina e na manhã seguinte fizemos uma preguiça no hotel antes de seguir adiante.



DIA 05 - CORTE 

Neste dia faríamos a transição do clima de praia para a montanha. Então paramos logo no início da jornada para um último banho de mar e decidimos percorrer o trajeto com muita calma para apreciar a paisagem incrível que a Ilha da Córsega proporciona.





Ah, uma observação importante, sabe aquele trajeto entre Ajaccio e Bonifacio que foi super cheio de curvas e enjôos no carro? Pois então, entre Porto Vecchio e um pouco antes de Saint Florent muda completamente, nós até comemoramos porque finalmente conseguimos usar a sexta marcha do carro! Sabíamos que a partir de Saint Florent as curvas voltariam, mas quando estamos preparados parece que fica mais fácil.

Neste dia nosso destino final era Bastelica, mas fizemos uma parada prolongada no caminho para conhecer Corte, situada na Alta Córsega (Haute Corse) e cenário da proclamação da independência da Córsega, conquista que durou pouco tempo, uma vez que a ilha sempre foi território de disputa entre França e Itália. Assim como toda a ilha, Corte é um lugar carregado de história, na parte mais alta da cidade fica a cidadela murada junto ao museu. Do alto de um Belvedere tivemos a chance de apreciar essa maravilha de monumento histórico, assim como a vista deslumbrante das montanhas.

Chegando lá, a primeira impressão de Corte já é linda! Uma cidadezinha incrustada na montanha...



Depois de caminhar e desbravar um tanto, nós sentamos numa fonte, na praça central para tomar um delicioso sorvete e recuperar o fôlego antes de pegar a estrada novamente. Lá vimos um prédio cravado de marcas de bala e descobrimos que aquela praça havia sido um dos tantos cenários de batalha pela independência da ilha. Essa questão da identidade Corsa e desejo de independência é muito presente em vários aspectos na ilha. Percebemos a forte influência italiana, mas a ilha "pertence" a França há mais de 240 anos.

Monumento a Pasquale Paoli, considerado "pai da pátria" por lutar pela liberdade do domínio genovês e francês na Ilha da Córsega. O prédio ao fundo é cravejado com marcas de balas das batalhas que ocorreram em Corte pela Independência. Não a toa, a cidade é tida como "a capital da Córsega independente".

De Corte para Bastelica foram cerca de 65Km, percorridos em uma hora e meia por conta das curvas na subida da serra. Nós chegamos lá no final da tarde e a mudança climática foi gritante! Ainda estávamos vestidos como saímos da praia e chegamos numa cidadezinha pequeninha de tudo, envolta em neblina e com a temperatura bem mais baixa. Muito frioooo!!! 

Nossa anfitriã nos passou o endereço e o contato de quem nos receberia. Mas apesar da "pequenez" da cidade, nós não conseguimos encontrar o endereço. Depois de trocar algumas mensagens, Ana, que cuidava do lugar onde nos hospedaríamos (um apê AirBnb) veio ao nosso encontro. E ela era portuguesa!!!! Foi o céu, uma pessoa que falava nossa língua nos resgatou! 


DIA 06 - BASTELICA

Porque escolhemos Bastelica, uma cidadezinha, ou melhor uma Comuna, onde vivem apenas 600 habitantes (e nós por dois dias), cravada no meio da ilha, no alto das montanhas para fechar nossos dias na Córsega? Explico: quando montamos o roteiro vimos que seria bacana fazer a volta na ilha, tão completa quanto fosse possível em 6 dias. Mas também queríamos evitar viagens muito longas, ou muitas horas de estrada durante esse período, assim elegemos alguns destinos principais e o último deveria ser perto de Ajaccio, de onde pegaríamos o vôo para Genebra. Junto a isso, quando Ismael estava pesquisando hospedagem encontrou um xuxuzinho de lugar em Bastelica. Pronto. Decidimos o destino por conta da hospedagem!



O apê (AirBnB) onde nos hospedamos foi eleito (por nós) o melhor até então!! Super charmosinho, bem decorado, espaçoso, com uma cozinha bem equipada e um conceito aberto com a sala e área de estar... foi perfeito para o descanso de dois dias que muito estávamos precisando.

Como que para reforçar o clima de repouso, pegamos uma chuvinha, pela primeira vez na ilha, nestes dias. Assim, enquanto chovia a gente se deliciava com o aconchego assistindo filmes, cozinhando e curtindo joguinhos de mesa em família... e quando a chuva dava uma trégua, saíamos para bater perna e explorar a petit village.




No último dia em Bastelica acordamos sem pressa, preparamos um café da manhã gostoso e preguiçoso e seguimos para o jardim para degustar uma última caneca de café curtindo a vista das montanhas... daqueles momentos que a gente quer guardar no coração para sempre. 


Depois deste momento zen, curtindo muito tudo, nosso plano foi seguir para Porticcio, último destino na Córsega.


DIA 07 - PORTICCIO

A escolha do último destino foi absolutamente de ordem prática: reservamos um hotel em Porticcio, próximo o bastante do aeroporto e numa localização que ainda nos proporcionaria bons momentos para a despedida da ilha. E assim foi. Antes de chegar, fizemos um pit stop para o adeus (ou até breve!) ao deliciosos mar da Córsega.



Ao chegar no hotel, percebemos se tratar de um local de veraneio, ou seja, ideal para ficar vários dias... Nossa reserva era de um apê equipado com cozinha e até tinha uma área gostosa ao ar livre... mas ficava longe da estrutura principal do hotel: restaurante, piscina, praia... Entenda-se este "longe" como uma distância que quem vai passar poucas horas no hotel não quer percorrer. Mas pra quem fica mais dias, acho que vale a pena! O hotel tinha uma estrutura bem bacana à beira-mar, com piscina, bar, restaurante, etc. Na verdade deu uma dorzinha no coração por não termos chance de aproveitar mais!

Ok. Já que tá que fique. Nos instalamos e seguimos para a praia para apreciar um pôr de sol mágico e cheio de significado que fechou essa semana incrível que vivemos descobrindo a ilha da Córsega!!