Viramos acampantes!

Vontade de viajar a gente sempre tem, mas quando isso é meio que proibido, parece que a vontade só aumenta!

Nós estamos vivendo dias bem estranhos, em plena pandemia do novo coronavírus, que começou no final do ano passado e chegou ao Brasil em março. Estamos há cerca de 40 dias seguindo um protocolo de distanciamento social: sem aulas, escolas e universidades fechadas; muitas empresas e comércios fechados. Aqui em casa estamos seguindo a orientação da OMS que é sair para estritamente o necessário, ou seja, mercado, farmácia, médico. Somos gratos porque conseguimos ficar em casa e seguir com nossos trabalhos, acompanhando filhote nas atividades enviadas pela escola.

Bom, o panorama é este. E cada dia mais a gente se pega falando da vontade pegar o carro e dar uma escapada. Tem feito dias lindos, perfeitos para pegar uma praia... só que não! A regra é ficar em casa!! Então voilá!! Momento perfeito para dar uma reavivada aqui no blog e fazer muitas viagens na memória!!

Recentemente nós estreamos uma nova categoria de viagens (nova para nós): viramos acampantes! Movidos por doces e divertidas lembranças que tanto eu quanto maridón temos de nossas infâncias, pensamos que não seria justo filhote crescer sem esse tipo de experiência! Assim, nosso presente no último Natal foi uma barraca supimpa pra família! Na hora da escolha os critérios principais eram que maridón conseguisse ficar em pé dentro dela (ele tem 1,90 m) e que conseguíssemos dormir com conforto, afinal somos acampantes já não tão jovens! kkkkk... então é uma barraca para 4 pessoas com "sala" e quarto onde cabem 3 colchões de ar. Compramos ainda uma mesinha de camping e alguns acessórios pra deixar tudo mais especial.

A estreia foi logo depois do Natal. Partimos da casa dos meus pais no dia 25 e percorremos a metade do caminho entre a cidade onde eles moram e Curitiba, até Tijucas do Sul - SC, Recanto do Saltinho. Foi o lugar perfeito para a primeira experiência! Lá tem uma estrutura bem bacana para camping, além de restaurante e lanchonete, perfeito para quem estava pensando em passar apenas uma noite! Assim não precisamos nos preocupar com a estrutura para preparar refeições, além de ser um lugar lindo com muito verde, cachoeira, rio e lago.


Chegamos lá no meio da tarde, com sol alto ainda, o dia estava lindo e o camping com ocupação bem tranquila. Além de nós mais duas ou três barracas... e um fusca (guarde essa informação). Escolhemos um lugarzinho perfeito, junto a um quiosque com mesa e churrasqueira, o que aumentou nossa área de "moradia". Montamos a barraca na maior empolgação, principalmente porque a montagem é super fácil e rápida, he he he...  e aproveitamos o final de tarde para explorar o recanto e tomar um banho de cachoeira.




A noite foi aquela sensação! Estar em meio a natureza no escuro é algo não muito corriqueiro para nós. Filhote estava dividido entre a empolgação da novidade e o medinho de estarmos tão "expostos", por mais que tenhamos garantido a ele sobre o quanto o local é seguro. Foi mágico desligar as luzes do acampamento, deitar ao relento e olhar as estrelas! Daquelas memórias de guardar no coração!

Depois de jantarmos na lanchonete, jogar cartas e preparar o quarto, nos recolhemos por volta de 23h, o local estava bem tranquilo e silencioso... por pouco tempo! Lembra daquele fusca que mencionei?  Estava estacionado junto a um quiosque com churrasqueira também e pasmem, tinha um casal e uma criança dormindo dentro dele!!! Ou melhor, mãe e filho (4 anos mais ou menos) tentavam dormir enquanto o pai virava uma garrafa de vodka, depois de não sei quantas cervejas e resolveu "festar" sozinho entre meia-noite e quase cinco horas da manhã... foi um inferno!!!! O cara cantava alto, circulava entre as barracas falando sei lá com quem, mas o pior foi quando o filho dele começou a chorar de medo gritando que queria ir pra casa e o homem resolveu levar a criança para uma exploração noturna entre as árvores e barracas pra mostrar que não tinha monstros e demônios por ali... eu tive vontade de ir resgatar aquela criança e levar pra dormir conosco, que dó! Resumo da ópera: nosso quarto na barraca ficou bem confortável, estávamos bem acomodados, mas com excessão do filhote que dormiu o sono dos justos e não ouviu nada, nós não pregamos o olho até às 5h da manhã... Felizmente a pessoa sem noção partiu logo pela manhã, se despedindo com muito barulho de motor e buzina. Afe...

Ok. Foi apenas uma noite ruim. O dia amanheceu lindo e nos chamava para aproveitá-lo intensamente. A ideia era desmontar o acampamento no final do dia e voltar pra casa, então tomamos nosso café da manhã no acampamento e partimos para caminhar, nadar, relaxar, fotografar e curtir muito!!! Almoçamos no restaurante e depois de um descanso na barraca fomos nadar no lago com a boia de jacaré que Joaquim estava louco pra estreiar! O dia todo foi tão incrível que deu vontade de ficar mais. Decidimos isso enquanto nadávamos no lago e, já que ficaríamos, que fosse com estilo, resolvemos fazer uma fogueira e na volta para o acampamento fomos coletando lenha e enchendo o porta-malas do carro (fomos de carro até o lago porque a bóia de jacaré é maior que a criança, rssss...). Depois de tudo acertado com os administradores do camping seguimos para a área de camping e descobrimos que a área toda era só nossa!!! Estávamos sozinhos. O silêncio estava garantido, ufa.






Foi a noite perfeita para fechar com chave de ouro! Ismael fez a fogueira mais linda de toda a vida, abrimos uma garrafa de vinho, estendemos mantas e almofadas e o céu estava ainda mais estrelado que a noite anterior. Foi uma linda estreia da nossa vida de acampantes!

Na manhã seguinte acordamos com calma. Maridón já havia dado uma caminhada e aproveitado a paz e o silêncio para empilhar algumas pedras no rio. Depois nós três fomos nos despedir da cachoeira e do rio. Desmontamos o acampamento e pegamos a estrada com o sentimento de realização inundando nossos corações. Que seja o primeiro de muitos acampamentos!