ITÁLIA - Dia 07: Civitá di Bagnoregio, Civitella d'Agliano e Orvieto

Acordamos e tomamos o café preparado pela própria Selita, sentados na varanda diante do jardim sob o sol do verão. O dia prometia calor. Nos paramentamos, protetor solar, muita água, "Gabriela" programada e seguimos rumo a Civitá di Bagnoregio, cerca de 25 km. Estávamos ansiosos para ver esta maravilha histórica. Quando estávamos saindo de Orvieto, em alguma das curvas, vimos que existia um hotel que ocupava um antigo mosteiro L'Abbaye des Santi Severo e Martirio. Dirigimos até lá, pois já tínhamos visto desde Orvieto a arquitetura que nos parecia incrível. E realmente é: um local belíssimo, igualmente tranquilo e igualmente perdido no tempo.

Visto do hotel (mosteiro). Cenário de filme.

Vista das ruínas da antiga capela. Ao fundo a bela vista de Orvieto.

Paisagem da viagem.
Serpentando por estradinhas nos aproximamos de Bagnoregio e logo vimos placas que indicavam o caminho para a Civitá. Bagnoregio nos pareceu uma cidade antiga, mau cuidada - mais pra "velha" do que "antiga". Atravessamos a cidade e pegamos a estrada pra nosso destino. Ao chegarmos, descobrimos que precisávamos comprar uns cartões de estacionamento que eram vendidos no comércio próximo ao local onde os carros ficam. Não tem muitos estabelecimentos comerciais por ali, e quando chega um carro todos logo sabem que são turistas e rapidinho vem alguém querendo vender os cartões. A moça nos orientou a pagar por 4 cartões, pois daí nos daria direito garantido para toda a diária - mas por fim vimos que não precisa tanto, pois 2 ou 3 horas por ali já está bacana. Estacionamos o carro debaixo da ponte e lá fomos nós, subir até o céu.


Levamos o carrinho do bebê, o que nos deu certo conforto em todo o passeio e mesmo na subida, embora tenha sido necessário puxarmos o carrinho juntos em certa parte - o bicho pega: a ponte tem uma parte bem inclinada.



Quando estávamos chegando esbaforidos na porta de entrada da Civitá, ouvimos um cara tocando violino, dando um ar realmente mágico. E a vista do vale? Sem palavras...

Entrada do paraíso.
A cidadezinha é linda demais. Facilmente se percorre as poucas ruelas. É uma viagem no tempo. Encontramos poucas pessoas por lá, reforçando o ar de "perdido no tempo" mesmo. Existe apenas uma pousadinha dentro da Civitá, tem alguns (poucos) restaurantes e lojinhas.



Comemos algo sentados numa mesinha em frente a piazza central. Dia claro, céu azul e nós, estacionados no tempo. Cada ruelinha esconde uma porta ou um portão e uma foto aguarda ser descoberta. Cada cantinho, curva, cada espiadela revela a beleza do lugar.
Andamos até o final da Civitá e encontramos um caminho que começava a descer, já conduzindo pra fora, mas pelo lado de trás. Descemos algumas escadas e descobrimos paisagens subterrâneas que alimentaram nossa imaginação. Os porões e cavernas são parte importante do lugar. Pode imaginar o que existe por ali desde a fundação pelos etruscos há 2.500 anos? 




Depois de percorrer tudo e respirar o ar do lugar, resolvemos seguir adiante. Como o dia estava rendendo, resolvemos visitar mais alguma cidadela e seguimos a indicação de uma placa com um roteiro pelas cidadelas medievais da região. Fica aqui a dica de roteiro.


Escolhemos seguir para Civitella d'Aglia por que não era longe e o nome "civitella" nos inspirou para outro lugarejo murado. Na realidade existe ali uma cidade mais moderna e uma cidadela intramuros - o que nos interessou. Conseguimos estacionar pelos arredores e seguimos caminhando, claro que com subidas e descidas. Ao entrarmos pelo portão, e percorrermos o lugar, um sentimento misto nos sobreveio. Por um lado, o lugar possui uma beleza muito grande em sua configuração arquitetônica, suas ruelas, podendo ser o cenário de muitos filmes.




Por outro, o lugar está muito abandonado. Dezenas de casas estão com placas de vende-se e outro tanto está apenas abandonado. O cheiro de mofo emanando dos porões e portas é grande - uma tristeza. Nos pareceu que bem poucas pessoas habitam ali dentro da muralha. Foi interessante ver este lugar. Civitá di Bagnoregio está complemente preservada e, embora habitem poucas pessoas dentro de seus muros, ela tem um ar de cidade viva. Quando estivemos em Carcassone na França, visitamos a cidade murada e ficamos impressionados em como está conservada, mas nos pareceu um parque temático tendo quase todas as casas se transformado em restaurantes, hotéis, lojas de artesanato e souvenirs. Mont Saint-Michel, também na França, nos pareceu outro modelo de cidade murada, por um lado explorada pelo turismo com o comércio, mas por outro, possuindo um quê de sua autenticidade na rotina da abadia. Civitella d'Aglia entrou nessa lista de lugares memoráveis, mas como referência das dificuldades que existem em preservar uma arquitetura tão antiga e de como uma cidadela pode estar morta - não fizemos muitas fotos, e das que fizemos, preferimos as coisas bonitas do lugar.


Chegamos na Casa Selita ainda de tarde. Estávamos super cansados. Aline se sentindo um pouco mal foi dormir no quarto com as portas escancaradas para o jardim onde Joaquim dormiu em uma das espreguiçadeiras sob a sombra das árvores - eu deitei na outra espreguiçadeira, sorrindo, velando seu sono e pensando que aqueles dias podiam durar pra sempre.
Quando os dois acordaram resolvemos subir para Orvieto, mas como Aline estava um pouco indisposta, fomos de carro e deixamos no estacionamento pago na entrada da cidade. Fomos procurar algo pra comer. Nos metemos pelas ruas da parte menos turística, onde vive parte dos"nativos", pros lados da igreja San Giovenale. Pelas fotos a seguir se percebe que ora se está embaixo, ora se está por cima - e todas as vistas são belas. Compramos pedaços de pizza numa panificadora, bom sabor, bom preço, ampliamos o pedido e caminhamos até a Piazza Duomo pra fazer nosso piquenique.



Que tal um chá nesse final de tarde?

ITÁLIA - Dia 06: Siena - Orvieto

Deixamos o hotel nos arredores de Siena e seguimos diretamente para o centro da cidade. Precisávamos de uma lavanderia e, embora nossos planos não incluíssem cidades "grandes", Siena seria nossa exceção. No hotel nos informaram que não havia muitas opções de lavanderia, mas uma no coração do centro antigo seria nossa solução perfeita. Enquanto a roupa rodaria nas máquinas, nos rodaríamos por Siena!

Programamos o GPS para um dos grandes estacionamentos da cidade. Mas não tivemos muito êxito. O GPS nos mandava dar voltas e voltas e não chegávamos nunca. Rodamos um bocado perdidos, temendo acaber enfiados na muvuca de ruas estreitas. Em determinado ponto decidimos seguir as placas que indicavam um Parking e chegamos a um bastante central, junto ao estádio de futebol. Demoramos pra achar uma vaga dentro do estacionamento, mas enfim achamos um lugar. Ufa! Pegamos nossas sacolinhas com roupa suja, carrinho do bebê, máquina fotográfica, mais uma bolsa de tranqueiras (tipo, fraldas, carteiras, água, etc) e deixamos o carro carregado no estacionamento.

Tivemos que pedir informação pra nos localizarmos, mas como em todas as cidades, encontramos um Uffici  Informazione (Centro de Informações Turísticas) bem perto, onde conseguimos um mapinha e a indicação de quais ruas percorrer até chegar na famosa Piazza del Campo, exatamente onde acontecem as tradicionais corridas de palio. Percorremos algumas ruelas, semelhantes a dos vilarejos dos últimos dias, ruas estreitas, com a diferença de que em Siena algumas ruas tem um certo movimento de veículos, taxis e muuitos turistas. E eis que entre a estreiteza, surge o a grande piazza em forma de meia lua e inclinada, com a prefeitura construída no século XIV e o campanário.



A lavanderia era muito próxima, então resolvemos fazer como a população local: colocamos a roupa pra lavar e saímos de lá - eles devem ir pra casa, mas nós iríamos ganhar a cidade. Percorremos os arredores da piaza, visitamos externamente o que se podia ver - calor demais, que tal mais um sorvetinho sentados à sombra no chão como muita gente por ali, imaginando como a corrida de cavalos acontece naquele lugar?
Percebemos que Siena era a maior cidade que visitaríamos nessa viagem (La Spezia não conta), mas seu centro antigo não é tão grande assim. Siena preserva praticamente toda muralha medieval, que é bastante longa. Na foto acima podemos ver o Duomo logo atrás dos prédios da piaza.


 O duomo de Siena (do século XII) é lindíssimo! Bastante difícil conseguir uma foto que pegue a totalidade, pois a piazza del duomo não dá muito ângulo, por ser pequena na frente. A fachada de uma riqueza de detalhes esculpidos em mármores de cores diferentes, as esculturas, os mosaicos... (incrível!) finalizada em 1380!
Detalhe da fachada do duomo
Descobrimos que para visitá-la internamente era preciso pagar. Existe um bilhete combinado que dá direito a entrar em vários monumentos que acaba saindo bem mais em conta. Antes de entrar no duomo, corremos pra tirar a roupa da máquina de lavar e colocar na secadora. Programamos o tempo com moedinhas e continuamos a visita. Se por fora a catedral é linda, imagine por dentro:


É uma riqueza de detalhes imensa. Pinturas, mosaicos, esculturas, pelo teto, pelas paredes e pelos chão. Aliás, você não sabe pra onde olhar: o chão contém dezenas de painéis ilustrados - impressionantes. O púlpito é indescritível.
Pequeno detalhe do piso
 Como se não bastasse, encontramos lá dentro a pequena porta que dá acesso a Biblioteca Piccolomini. É "apenas" uma sala, mas com uma grande quantidade de afrescos de cores super vivas com detalhes impensáveis. Ali estão diversos livros enormes, na realidade hinários, em que se pode ver as anotações de canto gregoriano com suas iluminuras. É preciso falar sobre as esculturas que tem lá?


Dali fomos buscar a roupa já seca, apressados, e fomos visitar o batistério, que tem uma entrada por outra piazza.

O batistério recebe todos os mesmos adjetivos superlativos da catedral e da biblioteca. Fan-tás-ti-co! Deixamos o batistério e nos dirigimos para o museu ali ao lado. Nosso interesse maior era chegar ao mirante, mas para isso era preciso subir muitas escadas pelo museu. Para nossa decepção, a quantidade de escadas era muita e o acesso até o mirante estreito, o que impossibilitava visitarmos com o carrinho e todas nossas sacolas. Uma moça da segurança disse que poderíamos deixar o carrinho num canto do hall de entrada, mas não havia nenhuma segurança ou vigilância - e deixar apenas o carrinho significaria carregar muita coisa além do nosso filho. Decidimos nos revezar. Enquanto Aline ficou com Joaquim e os badulaques, subi rapidamente sem praticamente ver nada no museu. Chegando na entrada do mirante, descobri que o acesso é controlado, subindo-se apenas em grupos de 30 pessoas e só subia o próximo grupo quando o grupo anterior todo descesse. Fiquei esperando uns 25 minutos - sem ter 100% de certeza se eu subiria na próxima leva. Por fim consegui e o acesso é realmente por corredores apertadinhos e escadas em caracol estreitas. Chegando lá em cima entendi o porquê da limitação de público. O espaço é estreito e quase não é possível circular por ali. A vista é incrível, se vê longe no horizonte e sobre toda Siena. Não fiquei mais que uns 10 minutos e comecei a descer. Encontrei Aline e Joaquim, e por fim ela desistiu de subir tanta escada. O cansaço de uma viagem faz a gente abrir mão de visitas. Estimamos que levaria mais cerca de 1 hora para era chegar lá no alto.
Comemos uma pizza com coca-cola, a coisa mais prática e barata que encontramos por ali e seguimos nossa viagem, pois o dia ainda não estava nem perto de chegar ao fim.

Piazza del Campo vista do alto do mirante
Até Orvieto, na região da Úmbria, percorremos cerca de 130km, seguindo um trecho por onde já havíamos passado no dia anterior. Estávamos ansiosos pra chegar em Orvieto pela beleza da cidade mas também pra ficar no hotel, na realidade um B&B - Bed & Breakfast, a Casa Selita, que ficava na encosta da colina, fora dos muros de Orvieto. Um casal transformou sua casa numa acolhedora pousada de onde podíamos subir a pé até a cidade e deixar nosso carro bem próximo a nosso quarto (como isso facilita pra descarregar malas e sacolas sem fim!). Ali ficamos por duas noites ao preço de 80 euros (berço, café e estacionamento). O proprietário nos recebeu calorosamente, nos forneceu um mapa da cidade e deu várias dicas turísticas e sugestões de lugares para comer. A recepção foi ótima, como se sonha ser recepcionado num B&B!
Uma parte da Casa Selita. Lá no alto aparece um pouco de Orvieto.
Casa Selita vista desde o alto de Orvieto. Nosso carro é o azul. 
Após nos instalarmos, subimos a ladeira e fomos desbravar a encantadora Orvieto e seguir as sugestões de nosso anfitrião. Fim de tarde, sol se pondo, foi paixão a primeira vista com a cidade. Encontramos uma loja de bonecos de madeira aberta, foi muito mágico. Combina bem com a Itália... que o diga Pinóquio...


Em Orvieto viajamos no tempo.  Murada, no alto de uma colina, ruelas estreitas... poderia ser a descrição de inúmeras cidades italianas. Mas Orvieto tem algo a mais. Decidimos que um dia ainda moraremos por ali...
Várias esculturas de madeira em relevo ornamentam as ruas da cidade.


De repente, olhando pro lado numa rua, surge o duomo fantástico dourado pelo sol.

O comércio foi fechando e por fim não tínhamos mais muitas opções onde comprar algo pra comer na pousada. Encontramos um lugarzinho muito pitoresco onde uma senhora nos atendeu com muita simpatia e preparou demoradamente uns sanduíches para levarmos. Quando comemos os sanduíches nos decepcionamos muito, pois era só pão com presunto, sem nada a mais, muito seco e sem graça que nem de perto valia o preço pago. Mas a interação com a senhorinha foi muito agradável e as tentativas de comunicação divertidas.

Fomos descansar em nossa "casa de campo". No outro dia seria a vez de Civita di Bagnoregio.

ITÁLIA - Dia 05: Montalcino, Montepulciano e Pienza

O dia amanheceu muito ensolarado e fazia calor, caprichamos no protetor solar. O dia prometia! 
Planejamos neste dia visitar três cidadezinhas em direção ao sul de Siena. A primeira foi Montalcino, a cerca de 50 km de Siena.

Andando pelas ruas, vimos numa das extremidades da cidade uma fortficação. Aproveitamos para caminhar sobre as muralhas, pegar um vento fresco e desfrutar da vista fantástica da cidade e da paisagem, que se podia ver longe, campos e colinas.



Nosso dia foi marcado pelos campos de girassóis, uma mais florido que o outro, maior, explorando as ondulações das colinas. As fotos foram infinitas e matamos a vontade de invadir alguns campos e andar entre os girassóis, ouvir o barulho do vento sobre as flores, o zumbido de tantas abelhas e o cheiro de mel que se proliferava com o calor do sol. Se em algum guia turístico você leu "aproveite e perca-se pela estrada", siga o conselho, pois nessa região 20 km podem significar algumas horas de sorrisos e suspiros que vale a pena aproveitar. 

Campos de girassóis e rolos de palha. Amarelo e dourado nas paisagens.

De Montalcino fomos para Montepulciano, nosso destino mais distante de Siena. Dirigimos cerca de 40 km e passamos próximos a Pienza, um dos destinos, mas decidimos parar ali na volta. Avistamos Montepulciano ainda da estrada sobre a colina, e não fomos os únicos a parar o carro no acostamento e tirar algumas fotos. Os contornos dos vilarejos inspiram fotos e o desejo de parar a cada tanto torna a viagem mais lenta, e por isso mais bonita. 


Deixamos novamente o carro em um estacionamento público (e pago) nas bordas da cidade. Você paga o cartão com moedas e programa o tanto de tempo que você quiser. E não tem jeito, entrar nestas cidadezinhas é impossível. E a beleza delas está em se perder pelas poucas ruelas medievais de paredes marcadas pela história e pelo tempo.



E que tal depois de testar a acústica e a profundidade deste poço com um grito, sentar ali e tomar um sorvetão italiano? Parece cenário de algum filme? E é assim que a gente se sentiu por lá.


Montepulciano, no alto de uma colina, oferece uma vista linda da região. Aliás, na Toscana, praticamente todas cidadelas ficam no alto de um monte, muradas, como o período medieval exigia que fosse.


Pienza era última cidadezinha prevista para esse dia.Voltamos cerca de 13 km, e lá estava ela, tranquila como um final de tarde de calor de verão pede para ser. Deixamos o carro estacionado numa rua bem próxima a parte antiga (existe uma parte bem nova da cidade, que em nada lembra uma cidade medieval e até nos perguntamos por que ela estava em nosso roteiro). Nestas três cidades de hoje vimos bem menos turistas e especialmente em Pienza pudemos sentir o ritmo da vida local. O dia já começa a se inclinar e a população tomava as ruas, daquele jeito que imaginamos nas cidades do interior da Itália: as senhoras idosas reunidas em um lado da praça, os senhores de chapéu de outro, crianças jogando bola, até um padre jovem de batina preta esvoaçando ao vento a gente viu... Pienza é linda, a cidade que mais curtimos no dia de hoje. Nos perdemos entre suas ruelas (como se fosse possível se perder  de fato) - o melhor seria dizer que flanamos despreocupadamente entre os labirintos que nos encantavam com as flores vermelhas nas janelas e varandas.



Conseguimos circular tranquilamente de carrinho com Joaquim. As ruas de pedra permitiam uma circulação tranquila, e mesmo a possibilidade de ele caminhar à vontade, livre, leve e solto.


Os dias durante o verão na Itália são mais longos o que permite com que as andanças rendam bastante. O pôr do sol também é longo, o que permite ver a paisagem se transformando a cada curva e colina das estradinhas, dando colorações incríveis ao campos de girassóis, as videiras e aos campos recém ceifados com seus rolos de feno. Nosso dia terminava com mais um desses pôr-de-sol fantástico. Tínhamos cerca de 50 km a percorrer até o hotel pelas estradinhas que já havíamos passado na vinda. Resolvemos seguir o conselho que todo mundo dá de parar em algum lugarzinho na beira da estrada pra respirar a Toscana. ficamos atentos procurando o lugar ideal onde encostar o carro e apreciar a paisagem. Acabamos entrando num lugarejo chamado Lucignano d'Arbria, por onde já havíamos passado na vinda, cercado ao máximo de girassóis em flor (o GPS nem identificava o lugar - mas procurando hoje conseguimos achar no Google Maps). Meia dúzia de casas de uma arquitetura típica da região (nem chegamos a caminhar pelas 2 ou 3 ruas) e um hotel que tinha um pátio de estacionamento amplo e vazio (foi o que nos atraiu da estrada) e que nos possibilitava parar o carro e deixar nosso filhote bem ao nosso alcance enquanto dormia sossegado no carro de portas escancaradas pra deixar a brisa entrar. Sentamos numa encostinha elevada (como a Toscana no verão pede que você faça) de onde podíamos ver campos infinitos de girassóis e videiras e o sol fenomenal se pondo no horizonte. O tempo parou. Talvez toda viagem tenha existido para que apenas aquele momento fosse possível.



Seguimos sorridentes pro hotel, menos de 20 km dali, já noite feita. Chegamos exaustos, depois de descobrirmos que a Toscana realmente existe.



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