Programamos o GPS para um dos grandes estacionamentos da cidade. Mas não tivemos muito êxito. O GPS nos mandava dar voltas e voltas e não chegávamos nunca. Rodamos um bocado perdidos, temendo acaber enfiados na muvuca de ruas estreitas. Em determinado ponto decidimos seguir as placas que indicavam um Parking e chegamos a um bastante central, junto ao estádio de futebol. Demoramos pra achar uma vaga dentro do estacionamento, mas enfim achamos um lugar. Ufa! Pegamos nossas sacolinhas com roupa suja, carrinho do bebê, máquina fotográfica, mais uma bolsa de tranqueiras (tipo, fraldas, carteiras, água, etc) e deixamos o carro carregado no estacionamento.
Tivemos que pedir informação pra nos localizarmos, mas como em todas as cidades, encontramos um Uffici Informazione (Centro de Informações Turísticas) bem perto, onde conseguimos um mapinha e a indicação de quais ruas percorrer até chegar na famosa Piazza del Campo, exatamente onde acontecem as tradicionais corridas de palio. Percorremos algumas ruelas, semelhantes a dos vilarejos dos últimos dias, ruas estreitas, com a diferença de que em Siena algumas ruas tem um certo movimento de veículos, taxis e muuitos turistas. E eis que entre a estreiteza, surge o a grande piazza em forma de meia lua e inclinada, com a prefeitura construída no século XIV e o campanário.
A lavanderia era muito próxima, então resolvemos fazer como a população local: colocamos a roupa pra lavar e saímos de lá - eles devem ir pra casa, mas nós iríamos ganhar a cidade. Percorremos os arredores da piaza, visitamos externamente o que se podia ver - calor demais, que tal mais um sorvetinho sentados à sombra no chão como muita gente por ali, imaginando como a corrida de cavalos acontece naquele lugar?
Percebemos que Siena era a maior cidade que visitaríamos nessa viagem (La Spezia não conta), mas seu centro antigo não é tão grande assim. Siena preserva praticamente toda muralha medieval, que é bastante longa. Na foto acima podemos ver o Duomo logo atrás dos prédios da piaza.
O duomo de Siena (do século XII) é lindíssimo! Bastante difícil conseguir uma foto que pegue a totalidade, pois a piazza del duomo não dá muito ângulo, por ser pequena na frente. A fachada de uma riqueza de detalhes esculpidos em mármores de cores diferentes, as esculturas, os mosaicos... (incrível!) finalizada em 1380!
Detalhe da fachada do duomo |
É uma riqueza de detalhes imensa. Pinturas, mosaicos, esculturas, pelo teto, pelas paredes e pelos chão. Aliás, você não sabe pra onde olhar: o chão contém dezenas de painéis ilustrados - impressionantes. O púlpito é indescritível.
Pequeno detalhe do piso |
Dali fomos buscar a roupa já seca, apressados, e fomos visitar o batistério, que tem uma entrada por outra piazza.
O batistério recebe todos os mesmos adjetivos superlativos da catedral e da biblioteca. Fan-tás-ti-co! Deixamos o batistério e nos dirigimos para o museu ali ao lado. Nosso interesse maior era chegar ao mirante, mas para isso era preciso subir muitas escadas pelo museu. Para nossa decepção, a quantidade de escadas era muita e o acesso até o mirante estreito, o que impossibilitava visitarmos com o carrinho e todas nossas sacolas. Uma moça da segurança disse que poderíamos deixar o carrinho num canto do hall de entrada, mas não havia nenhuma segurança ou vigilância - e deixar apenas o carrinho significaria carregar muita coisa além do nosso filho. Decidimos nos revezar. Enquanto Aline ficou com Joaquim e os badulaques, subi rapidamente sem praticamente ver nada no museu. Chegando na entrada do mirante, descobri que o acesso é controlado, subindo-se apenas em grupos de 30 pessoas e só subia o próximo grupo quando o grupo anterior todo descesse. Fiquei esperando uns 25 minutos - sem ter 100% de certeza se eu subiria na próxima leva. Por fim consegui e o acesso é realmente por corredores apertadinhos e escadas em caracol estreitas. Chegando lá em cima entendi o porquê da limitação de público. O espaço é estreito e quase não é possível circular por ali. A vista é incrível, se vê longe no horizonte e sobre toda Siena. Não fiquei mais que uns 10 minutos e comecei a descer. Encontrei Aline e Joaquim, e por fim ela desistiu de subir tanta escada. O cansaço de uma viagem faz a gente abrir mão de visitas. Estimamos que levaria mais cerca de 1 hora para era chegar lá no alto.
Comemos uma pizza com coca-cola, a coisa mais prática e barata que encontramos por ali e seguimos nossa viagem, pois o dia ainda não estava nem perto de chegar ao fim.
Piazza del Campo vista do alto do mirante |
Uma parte da Casa Selita. Lá no alto aparece um pouco de Orvieto. |
Casa Selita vista desde o alto de Orvieto. Nosso carro é o azul. |
Várias esculturas de madeira em relevo ornamentam as ruas da cidade. |
De repente, olhando pro lado numa rua, surge o duomo fantástico dourado pelo sol. |
O comércio foi fechando e por fim não tínhamos mais muitas opções onde comprar algo pra comer na pousada. Encontramos um lugarzinho muito pitoresco onde uma senhora nos atendeu com muita simpatia e preparou demoradamente uns sanduíches para levarmos. Quando comemos os sanduíches nos decepcionamos muito, pois era só pão com presunto, sem nada a mais, muito seco e sem graça que nem de perto valia o preço pago. Mas a interação com a senhorinha foi muito agradável e as tentativas de comunicação divertidas.
Fomos descansar em nossa "casa de campo". No outro dia seria a vez de Civita di Bagnoregio.
Fomos descansar em nossa "casa de campo". No outro dia seria a vez de Civita di Bagnoregio.
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