ITÁLIA - Dia 10: Siena - Pisa

Depois do café da manhã, aproveitamos pra cair na piscina mais uma vez. Logo carregamos o carro poisn nossa viagem pela Itália acabaria no final do dia. Seguimos pra Pisa e decidimos aproveitar que teríamos tempo pra visitar os monumentos da cidade. Programamos o  GPS e fomos circulando a cidade de Pisa até que vimos logo ali, entre uma paisagem bucólica, os grandes monumentos: o batistério, a catedral e a torre inclinada.

Tentamos achar um lugar o mais próximo possível da praça onde estes monumentos se encontram e estacionamos no pátio de um hipermercado (estacionamento pago), antes de nos metermos em uma área mais "encurralada". Caminhamos um pouco e pelo fluxo de pessoas era fácil saber para onde deveríamos ir. Chegando lá, plenas férias de verão europeu, o movimento de turistas era grande. Fomos comprar os ingressos para visitar os monumentos na central de venda, mas não foi muito demorado. Lá se pode comprar ingressos combinados entre monumentos e museus. A venda de ingresso concentrada exigia um cálculo de nosso tempo pra saber o que poderíamos fazer naquele pedaço de dia. Tudo claramente explicado, com informações em várias línguas. Muito simples a compra.
 Decidimos visitar internamente apenas o batistério e o duomo. O batistério impressiona pelo tamanho. É muito alto, na foto abaixo dá pra ter uma idéia das dimensões. Para chegar no segundo nível, precisa subir por escadas.
Dali fomos pro Duomo. Imenso também, muito alto, de uma riqueza ornamental indescritível: pinturas, mosaiscos, esculturas por todas paredes e teto. O lugar é impressionante, se pode passar uma vida lá que não se conseguirá observar tantos detalhes.  

Púlpito.

Castiçal do anjo. Ao fundo o altar principal.
 Nosso tempo acabava, pois tínhamos que devolver o carro antes de pegar o vôo de volta a Paris. A estada ali foi muito rápida, cerca de 2h e meia em Pisa. Deveríamos ter dedicado ao menos um dia completo pra aproveitar o que os monumentos desta parte de Pisa têm a oferecer. Vamos ficar, mais uma vez, devendo à Itália. E pra nos redimirmos, só voltando.
Se a torre inclinada é realmente inclinada?? 
Devolvemos o carro tranquilamente, fizemos o check-in pra Paris e ainda sobraram alguns minutos pra ficar à toa. Os 10 dias de viagem foram fantásticos. Dias esplêndidos de sol, paisagens fantásticas, cidades memoráveis, momentos de profunda alegria. De certa forma lamentamos não aproveitar mais o que a Itália nos oferece. Mas foram dias incríveis que só poderíamos ter vivido estando ali, na velha bota da Itália.


(PS: muitos dados mais práticos da viagem que gostaríamos de registrar aqui foram esquecidos, pois estes post foram escritos mais de meio ano depois da viagem de julho de 2011.).

ITÁLIA - Dia 9: Cortona - Siena

A noite quente passou e sobrevivemos sem ar condicionado e com uma ventilação super barulhenta. O café da manhã (todo de produtos industrializados, exceto o pão), não foi lá grandes coisas, mas a vista compensou. Sentamos numa mesa no terraço próximo a piscina, onde o restaurante do hotel mantém várias mesas sob um grande toldo que protege do sol e permite desfrutar de um vento refrescante vindo do vale. O dia ensolarado seria quente. Oba!!
 De Cortona voltamos novamente para Siena, cerca de 75 km. Resolvemos pegar um hotel diferente do que o de dias antes, mas que também atendesse nossas exigências (café, berço, estacionamento). Assim fomos pro Sangallo Park Hotel (três estrelas). Ele fica em um bairro de Siena, numa parte nova da cidade, fora das muralhas, numa parte alta, com uma vista não fantástica, mas bonita, vasta, aberta. Chegamos exaustos, acabados. Nossas energias estavam findadas e não tínhamos pretensão de voltar ao centro antigo de Siena. Gostamos muito do hotel, com grande área externa, piscina limpa, recepção ampla, atendentes simpáticos e muito bem treinados que nos atenderam em francês.

Nos instalamos e nos preparamos pra sair. Quando passamos por Siena, queríamos ter ido visitar mais uma cidadela pela qual passamos algumas vezes, mas fomos deixando pra volta, por ser a mais próxima: Monteriggioni. Fomos antes a um supermercado, compramos bebidas e alguma comida, e seguimos nosso passeio. Muitos campos de girassóis, e logo da estrada já se avistava lá no alto nosso destino.

Deixamos o carro num grande estacionamento e percebemos que havia algum evento acontecendo por ali. Um acampamento, alguns trailers, pessoas andando fantasiadas com trajes da Idade Média. Ao chegarmos perto de um dos portões da cidade, vimos uma bilheteria mas ela não estava funcionando. Fomos entrando e então percebemos que estavam ainda organizando a festa que aconteceria ali a noite. A pequena cidadezinha estava virada num parque temático com estrutura pra receber muita gente. A cidade em si está morta. Tivemos realmente a sensação de estar andando em uma cidade cenográfica. Percorremos as poucas ruelas. O lugar ainda sobrevive e é muito bonito - pena ter sido transformado com tantas barraquinhas, caixas de som, palco, etc. Aquele clima não nos animou muito a permanecermos por muito tempo. Deu vontade de vir a noite novamente, mas achamos que seria exigir demais de nosso pecurrucho.



Voltamos ao hotel e caímos na piscina merecidamente. Foi delicioso, tudo o que a gente precisava. Pedimos indicação de algum lugar ali por perto para comer algo e nos indicaram uma pizzaria próxima, frequentado por "italianos legítimos", isto é, não frequentada por pra turistas, logo, pizza para italianos de verdade. Fomos a pé com o carrinho de bebê até a pizzaria indicada, caminhada super agradável. Chegamos lá, maior movimento, parecia mesmo uma pizzaria italiana. Pra nossa surpresa, e ironia do destino, na pizzaria de "nativos" tinha uma grande mesa de turistas barulhentos, faladores, ocupando boa parte do espaço sonoro - adivinha a nacionalidade dos turistas? Brasileiros! Depois de levar vários esbarrões dos espalhafatosos, decidimos não nos confraternizar e ficamos conversando em parte do tempo em francês e quando falávamos português era bem baixinho pra não nos descobrirem e nos "monopolizarem" também rsrsrs.
Vinho da casa: nada mais "local".
Saímos de lá e fomos ao hotel. Última noite na Itália, fim de nossos 11 meses na Europa. O céu estrelado foi um convite a sentarmos na beira da piscina, vendo aquele céuzão, noite de verão, cidade iluminada lá embaixo da colina. Joaquim logo dormiu no carrinho e resolvemos pegar aquele lambrusco que ficou gelando no frigobar do quarto e beber ali, na beira da piscina, sentados nas espreguiçadeiras sobre o gramado. Curtindo a noite, sem pressa, brindando à vida. Noite perfeita pra guardar na memória pra sempre. Nossa última noite na Itália pra deixar ainda mais o gostinho de "quero voltar pra Itália".

ITÁLIA - Dia 08: Orvieto - Cortona

Casa Selita e Orvieto nos conquistaram por demais. Se algum dia alguém for para a Itália, siga nossa sugestão. Espero que curtam tanto quando nós esta hospedagem e a cidade (verão, prefira o verão!!). Depois do café da manhã na varanda, ainda fomos de carro a Orvieto (confesso que dirigir por 3 minutos é meio estranho, mas estava muito quente e Aline ainda não estava 100% bem) e fomos visitar alguns lugares da cidade. Orvieto tem muitas opções de lugares pra visitar internamente (museus, igrejas, etc), muitos ligados a história e presença etrusca lá nos antigamentes, ao período medieval e ao Renascimento, claro... Optamos por uma viagem mais externa, então não aproveitamos tudo que Orvieto e as demais cidades oferecem. Mas de Orvieto, havia algumas coisas que precisávamos fazer antes de ir embora. Uma delas era era subir na torre do relógio. Pra alegria geral, tem elevador quase que até ao topo, o que é um luxo em se tratando de monumento para se ter uma vista do alto na Europa.
A vista do alto da torre do relógio é fantástica, se vê toda cidade, em 360º. Pode-se ver o sino de perto... e até pudemos ouvir suas badaladas quando estávamos lá em cima. Altas emoções rsrsr...
O Duomo se destaca na paisagem, gigantesco!
Nos dois dias anteriores, sempre demos uma passadinha pelo Duomo, pois ele é realmente belo em sua decoração exterior. Então pensamos em visitá-lo também internamente, depois de tirar zilhões de fotos de detalhes externos.
Joaquim descansando um pouquinho em uma das portas. Os relevos no bronze são impressionantes.
Que tal observar detalhes como os mosaicos desta coluna? Na foto da porta pode-se ter uma idéia desta conluna no conjunto da fachada. 
Por fim, nos dirigimos ao Duomo e descobrimos que há uma pequena área que é possível visitar sem precisar pagar ingresso. Satisfeitos com essa pequena incursão, já de olho no relógio, decidimos seguir viagem.

Voltamos à Casa Selita em cima do horário pra deixar o quarto. Empacotamos o que ainda faltava rapidamente e carregamos o carro, já iniciando o percurso da volta.
Nosso destino: Cortona. Cerca de 100 km por estrada pedagiada, fluímos super bem até avistarmos no alto a cidade do filme Sob o Sol da Toscana. Tivemos que optar, por falta de tempo, entre Cortona e Arezzo, e depois do papo com a brasileira lá em La Spezia, decidimos Cortona - além de ter toda uma influência do filme, né.


Exibir mapa ampliado
Optamos novamente por um hotel afastado para ter o carro próximo do hotel. Resolvemos pagar mais caro por um hotel que tivesse piscina pois estava fazendo um calor fantástico de verão. Assim, reservamos pelo Booking.com o Corys Hotel RistoArte (4 estrelas) que pela internet tinha uma vista lindíssima. Ao preço de 90 euros (café e berço), descobrimos decepcionados que o "estacionamento" era na rua, na frente do hotel. O quarto era fantástico, espaçoso, mas o ar condicionado não funcionava direito, o sinal da internet não pegava no quarto e não havia área comum nem de lazer. A piscina? Estava com água verde, a mais suja que já vimos na vida, cheia só pela metade. Inútil. A recepção parecia de um hotelzinho de beira de estrada, com um pequeno balcão e a moça da recepção era também quem fazia o café, ou seja, equipe reduzida ao mínimo... Como podia ser 4 estrelas?? Talvez pelo tamanho do quarto e pelos diversos itens de toalete que tinha de cortesia no banheiro... mas e daí? A gente queria era a piscina...

Seguimos logo para Cortona, aproveitar o dia, comer alguma coisa, pois esse seria nosso único dia lá. Na realidade, voltamos um trecho pois para chegar no hotel, circulamos a cidade por fora das muralhas. Deixamos o carro num dos estacionamentos públicos gratuitos fora das muralhas e entramos pela Porta Bifora Etrusca. Começamos a perambular pelas ruas estreitas empurrando o carrinho de Joaquim e logo chegamos a Via Jannelli, com suas casinhas medievais.

Daí percebemos aos poucos que Cortona é uma cidade inclinada. No alto de uma colina, ela segue subindo, subindo. As ruas que não eram subida, eram inclinadas o que nos deu muita cansaço pra manter o carrinho do filhote em linha reta. Mas esse cansaço veio só no final. Atravessamos a cidade: Piazza del Duomo, Piazza Signorelli, Piazza della Republica e fomos descendo pela Via Nazionale, uma das ruas principais de Cortona. Pensamos em ver a fonte na entrada principal da cidade, mas por fim nem fomos verificar se tinha fonte lá. Resolvemos subir, subir, subir até o Santuário de Santa Margherita. Passamos o Convento Doverelle e quando achamos que já estávamos chegando, continuamos a subir, mais, mais, mais... A vista se tornava cada vez mais linda.
O amarelo são campos de girassóis.
Depois de muito esforço e subida, desistimos, quase lá, de continuar subindo até o Santuário. O acesso só era permitido a pé, então deveria ter outro caminho de carro e poderíamos tentar depois. Resolvemos descer e curtir mais de Cortona. Ao invés de voltarmos pela Via Santa Margherita, resolvemos ir recortando por dentro, nos perder pelas ruelinhas e achar um local pra comer algo.
Quase lá, resolvemos voltar. Via Santa Margherita.
Chegamos a Piaza della Republica e ficamos encantados ao ver a saída dos noivos na escadaria do Palazzo Comunale: a italianada jogando arroz e gritando, nós e vários turistas tirando foto daquela cena de filme.

O sol se punha dourado e quente lavando de luz a Via Nazionale, uma das ruazinhas principais. Decidimos sentar numa mesa ali na calçada, pedir um prato de brusquetas de tipos variados, uma salada e uma boa garrafa de vinho branco muitíssimo gelada. A vida pedia!


Tentamos reconhecer algum cenário do filme mas nada nos vinha na lembrança. Nos dias seguintes, depois de voltarmos a Paris, assistimos o filme e percebemos por que não achávamos nenhuma parte de Cortona familiar: praticamente não aparecem locações da cidade. Algumas poucas cenas que Cortona aparece foram gravadas na mesma piaza Signorelli (e a fonte em que a moça toma banho não existe no local em que aparece... tudo bem, o filme é lindo, mas uma certa frustração bateu, ah, isso bateu.)
Seguimos muito cansados rumo ao carro. O sol se punha mas a beleza que a luz dava a cidade inspirava sempre mais uma e mais uma foto.


Programamos o GPS para verificar um caminho de carro até o alto de Santa Margherita. Depois de nos perdermos um pouco (acabamos entrando na cidade murada ... que aperto. Literalmente.) Um senhor nos explicou o caminho.  Qual foi nossa surpresa quando percebemos que nosso hotel "distante", ficava bem próximo do nosso almejado destino. Chegamos por fim no alto do morro, apressados pra ver o pôr do sol. Brincamos de bolha de sabão com nosso filhão e ficamos extasiados com tanta beleza. Um silêncio enorme, somente nós lá no alto. O mundo era nosso!