ITÁLIA - Dia 02: Cinque Terre

Acordamos em tempo de tomar o café antes de pegarmos a van que já havíamos reservado na noite anterior. Tomamos mais algumas informações sobre como "funciona" Cinque Terre. Fizemos nossa mochila para passarmos o dia na rua e lá fomos nós.
Cinque Terre corresponde a uma região muito pequena da Itália na margem do Mar Mediterrâneo, onde estão localizados cinco povoadinhos no terreno super acidentado da região. O acesso de carro é difícil e existem três maneiras mais indicadas de percorrer a região: seguindo de trem, de barco ou a pé. A distância de trem entre alguns destes povoadinhos às vezes duram 3 ou 4 minutos, mas há trajetos que a pé podem levar até 2 ou 3 horas. Alguns trechos são de caminho calçado, outros de trilhas mais rústicas. O Parque Nacional de Cinque Terre foi considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Daí, imagina só o lugar...


Decidimos ir de trem. Compramos um passe que valia para todo o dia, podendo subir e descer quantas vezes quiser. Pagamos algo em torno de 8 euros e achamos que vale mais a pena do que comprar cada trecho separado ao longo do dia (poupa tempo). A linha de trem é de La Spezia a Gênova. Na plataforma de embarque nos perguntávamos qual o melhor lado do trem para sentar pra poder ver o mar da janela. Enquanto filosofávamos, uma mulher brasileira se aproximou e começou a conversar conosco. Ela morava na Itália há uns 17 anos e estava passando o dia com o marido italiano. Acho que aproveitou pra matar a saudade de falar português conosco. Ela morava em Arezzo, uma cidade que estava sendo cotada pra finalizar nossa viagem. Ao perguntarmos pra ela se ela achava mais interessante irmos pra Arezzo ou Cortona, ela ficou meio dividida - então resolvemos ir pra Cortona (pois se ela que morava em Arezzo não defendeu a cidade...). Cortona é a cidade onde se passa a história do livro e filme Sob o Sol da Toscana. Mas isso era futuro.


O marido dela decidiu sentar do lado direito do trem, mas achei que não era esse o melhor lugar, então sentamos do esquerdo. (O trem parte em direção ao lado esquerdo em relação à entrada da estação de trem). Ao longo da viagem, demos sorte: o mar estava do nosso lado. Não que se veja muito mar ao longo do caminho, pois boa parte do percurso é por túneis. Nossa estratégia foi seguir até a última vila, Monterosso del Mare, e depois ir parando uma a uma no percurso de volta. Nos informamos sobre os trajetos a pé e nos recomendaram fazer apenas o último trecho Manarola-Rio Maggiore, a chamada Via Del Amore, já que estávamos acompanhados de um bebê.
Praia de Monterosso

Clima de verão! Demos um mergulho em Monterosso del Mare, a "Terre" por onde começamos nosso dia, pra refrescar tanto calor. A praia de pedrinhas maltratou os pés (leve chinelos). Praia lotada, não conseguimos espaço sequer para os três se sentarem, daí nos revezamos em pé fazendo sombra pro bebê...

Próxima parada foi em Vernazza, talvez o vilarejo que mais curtimos. Caminhamos bastante por lá, subimos no mirante do Castello Doria, de onde se tem uma vista linda, tanto do litoral recortado quanto da própria Vernazza. Por ali almoçamos, saboreamos um belo sorvete e continuamos nosso passeio.
Vernazza vista do mirante.
Vernazza é uma lindeza...


O próximo vilarejo foi Corniglia, é o de mais difícil acesso, uma escadaria infinita pra chegar até lá! Subimos todos os degraus da escadaria entre a estação de trem e o povoado. Na volta descobrimos que há um ônibus que leva o povo neste trajeto. Quase morri para subir carregando nosso filhote amarrado nas costas no sling. Foram 382 degraus. É o único dos cinco povoados onde o barco não não faz parada.
Depois de descer todos os degraus novamente, o que foi bem mais fácil, seguimos de trem para Manarola. Batemos uma perninha básica pela cidade, pois ainda seguiríamos a pé para o próximo vilarejo.

Manarola

A caminhada na Via Del Amore, depois de ter perambulado pelos quatro primeiros vilarejos, foi deliciosa e super tranquila. É uma calçada deliciosa de se passear... o sol se punha e a gente curtia muito toda aquela paisagem. Para andar na via é preciso pagar, mas como tínhamos o passe turístico do trem, apresentamos o bilhete e passamos sem pagar mais nada. Um casal foi barrado na bilheteria no início da via e teve que desembolsar (não lembro quanto - mais uma vantagem do passe livre de trem).
Via del Amore.

Um dia é suficiente pra conhecer as cinco cidades, mas é preciso se organizar. Como existe uma tabelinha com os horários dos trens, você pode programar quanto tempo gastará em cada lugar. Tem muita gente que vai veranear na região, mas os preços de pousadas e restaurantes não são tão suaves assim... 

Tempo de trem entre as vilas:
La Spezia - Riomaggiore - 10 min.
Riomaggiore - Manarola - 2 min.
Manarola - Corniglia - 4 min.
Corniglia - Vernazza - 5 min.
Vernazza - Monterosso - 5 min.
Perambular pelas ruelas dos povoados é fascinante. Mas prepare suas pernas: subidas e descidas e muitas escadas o esperam.

Um comentário:

  1. olá , adorei seu relato, boas dicas, vou reler , para tirar mais alguma duvida. Fatima

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